Symington Family Estates | Relatório de Sustentabilidade 22-23

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2022 | 2023
Universo i. Água ii. Ar iii. Terra iv. Fogo v. Alquimia vi.
índice

Carta da família

A nossa família produz vinho na região do Douro há mais de 140 anos, mantendo um compromisso sólido com a comunidade local e o meio ambiente. As nossas ações são guiadas por três princípios fundamentais, enraizados no nosso ADN — um profundo amor pela região do Douro, a criação de relações pessoais resilientes e uma inabalável mentalidade de longo prazo. Cada um destes princípios resulta da nossa profunda ligação à terra e às suas comunidades.

Quando plantamos novas vinhas, é necessário aguardar pelo menos cinco anos para que as uvas alcancem a qualidade necessária para produzir grandes vinhos. Todas as nossas ações são orientadas para o futuro, pois estamos conscientes de que as decisões que tomamos hoje irão influenciar a realidade que os nossos descendentes enfrentarão amanhã.

Compreendemos a gravidade das ameaças e desafios que temos pela frente, tanto ambientais como sociais. É um grande privilégio fazer parte de uma empresa familiar que trabalha ambiciosamente, colocando ao dispor todos os recursos e ferramentas necessários para responder a estes desafios No século XX, a definição de sucesso para uma empresa era criar um produto ou serviço de valor, ganhar dinheiro e satisfazer os acionistas. Creio que a realidade em que operamos no século XXI mudou radicalmente. Atualmente, a definição de sucesso empresarial implica considerações muito mais abrangentes, incluindo a compreensão dos nossos impactos ambientais, bem como o impacto das partes interessadas ao longo da cadeia de valor. Neste sentido, também se transformou a forma como compreendemos o que significa sucesso para a nossa empresa. Estamos a avaliar e a monitorizar não apenas os indicadores financeiros, mas também os sociais e os ambientais. Simultaneamente, tornámo-nos mais abertos a áreas de inovação, que nos conferem vantagens competitivas, procurando estar mais alinhados com as aspirações e expectativas dos consumidores. Naturalmente, esta nova definição de sucesso levou-nos a rever todos os aspetos da nossa atividade, desde a vinha até à garrafa, sem descurar a última etapa até ao cliente, ampliando a perspetiva sobre como concebemos o crescimento e desenvolvimento do nosso negócio.

Este é um local fantástico para trabalhar, rodeado de património, tradição e história, mas com uma abordagem moderna, focada em inovação e sustentabilidade. Estamos concentrados nos desafios que enfrentaremos nas próximas décadas, sejam eles ambientais, sociais ou financeiros.

06 07

A nossa Missão

Produzir vinhos do porto, vinhos DOC e experiências de enoturismo excecionais que celebrem e preservem a singularidade de Portugal e contribuam para um futuro mais positivo das regiões onde trabalhamos.

A nossa Visão

Estamos empenhados em entregar à próxima geração uma empresa de vinhos familiar mais forte e sustentável do que a que nos foi entregue.

Os nossos Valores

Respeito

Liderança

Paixão

Excelência

Custódia

12 i. Universo

Os nossos Portos

Os nossos Vinhos

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As nossas Experiências

Caves de vinho do porto | visitas e provas

Quintas | visitas e provas

Restaurantes

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Sobre a

Symington EstatesFamily

Há 140 anos que fizemos do Douro a nossa casa, e a nossa ligação profunda a esta terra manifesta-se sempre na paixão e na mestria que dedicamos à produção dos nossos vinhos.

18 i. Universo
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Empresa familiar

140 Anos de história

3 Regiões vitivinícolas (Douro, Alentejo, Monção e Melgaço)

19 Vinhas da empresa

9 Vinhas da família

2543 Área total (ha)

10 Adegas

2 Unidades de engarrafamento

~10,65 ML Vinho do porto em barricas

~630 Trabalhadores

1. 4.ª geração – Rupert, Paul, Johnny, Charles e Dominic, na Quinta do Bomfim.

2. Membros da 5.ª geração que trabalham na empresa – Rob, Harry, Vicky, Charlotte, Tom, Teresa, Anthony e Hugh, na Quinta do Bomfim.

1.

5 Joint Ventures

4 Marcas vinho do porto

8 Marcas vinho tranquilo

2 Marcas de espumante

~86 Países de exportação

~2400 Clientes

~4/ano Auditorias de clientes

~10/ano Auditorias de terceira parte

Somos uma família de ascendência britânica e portuguesa que vive e trabalha em Portugal desde 1882. A nossa empresa familiar — gerida pela 4.ª e 5.ª gerações — assenta num profundo compromisso com as pessoas, as regiões e os vinhos. Atualmente, são 11 os membros da família que trabalham na empresa, empenhados em produzir os melhores vinhos do porto e vinhos DOC e em dar continuidade às conquistas das gerações anteriores. Possuímos e gerimos quatro das principais casas de vinho do porto, Graham's, Cockburn's, Dow's e Warre's, bem como um portfólio de vinhos do Douro, composto pela Quinta do Vesúvio, Quinta do Ataíde, Altano, Prats & Symington (do famoso Chryseia). Produzimos também

~2M Vendas caixas de 9L

32% Quota de mercado em volume vinho do porto categorias premium

1195 Área de vinha (ha)

~16 000 Barricas

3 Distribuidores próprios

4 Centros de visita

103 M€ Volume de negócios SFE

0,8 M€ Investimento SFE em I&D

vinho na Quinta da Fonte Souto, no Alto Alentejo, e na Casa de Rodas, na sub-região de Monção & Melgaço, no Vinho Verde DOC. Além disso, produzimos vinhos espumantes por via de duas parcerias — em Portugal (Vértice, um dos principais vinhos espumantes de Portugal) e no Reino Unido (Hambledon Vineyard, um dos principais produtores ingleses).

Estamos empenhados no desenvolvimento de uma estratégia de sustentabilidade ambiciosa, que envolve uma redução substancial das emissões de carbono, foco numa I&D pioneira para adaptar a nossa viticultura às alterações climáticas, e uma série de outras iniciativas sociais e ambientais nas regiões onde trabalhamos.

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i. Universo i.ii. Sobre a Symington Family Estates
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2.

Amor pelo

Douro

Guiados pelos nossos princípios — amor pelo Douro, cultivo de relações fortes e uma perspetiva de longo prazo — prestamos homenagem à região. Produzimos vinhos excecionais ao mesmo tempo que preservamos o encanto do Douro, fomentamos ligações genuínas e utilizamos o nosso negócio para a preservação da região.

24 i. Universo
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Para a nossa família o Douro representa um testemunho dos nossos valores e uma herança preciosa que temos preservado, protegido e transmitido de geração em geração.

A região do Douro, enquanto região vitivinícola, pela sua especificidade, pelos baixos rendimentos produtivos, pelos altos custos de produção, pela questão demográfica e também em virtude das alterações climáticas, precisa de assegurar a sustentabilidade económica, social e ambiental. Neste sentido, temos evoluído muito na viticultura e na enologia, bem como noutras vertentes, sempre a procurar fazer melhor, conciliando o saber empírico com a inovação. Temos dado orientação aos lavradores sobre como melhorar práticas, e com satisfação vemos que as suas vinhas estão viçosas e sãs.

O cultivo da vinha é uma arte que depende em muito da transmissão de conhecimento ao longo de várias gerações familiares. Sabemos a importância de preservar um saber muito especializado, pelo que procuramos ter as nossas próprias equipas agrícolas e, desta forma, assegurar um alto nível de qualidade do trabalho.

O poder das relações humanas tem sido fundamental no nosso trajeto de sucesso. Este é um princípio basilar da nossa família, bem patente nas ligações fortes e duradouras que temos construído e reforçado com inúmeros lavradores e fornecedores na região. Muitas destas ligações transformaram-se mesmo em relações de amizade.

A região do Douro é privilegiada pelo singular ecossistema onde prosperam castas únicas e bemadaptadas. Procuramos intervir o menos possível durante a produção, pois pretendemos que os nossos vinhos expressem do modo mais puro possível o melhor das castas e do terroir. Por outro lado, temos a paciência e a visão para executar investimentos a médio e longo prazo, a pensar sempre nas próximas gerações. Atualmente, estamos a colocar no mercado alguns dos vinhos que o meu pai produziu e até uns poucos, muito raros, produzidos pelo meu avô.

Como área de negócio sentimos que a inovação e a evolução qualitativa são fundamentais. O vinho do Porto nunca foi tão bom como é hoje. Porém, o Douro também é uma região de vinhos tranquilos de excelente qualidade. Tem construído uma imagem forte como região de excelência para vinhos tintos muito equilibrados e com elevado potencial de evolução, e mais recentemente tem-se afirmado também nos vinhos brancos que já representam 25% dos DOC Douro. As cotas elevadas que abundam na geografia da região, têm demonstrado forte aptidão para produzir vinhos brancos de frescura e elegância extraordinárias, contribuindo para a resiliência da região.

O Douro está a adaptar-se ao futuro, sem nunca perder o foco no que o torna singular — a sua autenticidade.

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i. Universo i.iii. Amor pelo Douro
3. Charles Symington, Head Winemaker
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3. Charles Symington Head Winemaker, 4.ª geração

Governança

Mentalidade de longo prazo

Uma empresa familiar, orientada para a tradição e impulsionada pelo legado.

28 i. Universo 4.
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“Na Symington Family Estates, reconhecemos que o futuro do nosso principal negócio depende do fornecimento de uvas da região do Douro e das pessoas necessárias para colaborar na produção do vinho. Portanto, é essencial que permaneçamos focados nos desafios das alterações climáticas, uma vez que afetam as nossas vinhas e as dos nossos agricultores, e adotemos todas as medidas apropriadas para preservar e proteger o ambiente frágil em que operamos. Reconhecemos também a necessidade de criar condições que estabilizem a população do Douro a longo prazo, invertendo a tendência de emigração da região. Para nós, a sustentabilidade vai além de meras frases bem escolhidas na nossa

estratégia de comunicação; é crucial para a sobrevivência do nosso negócio.”
Rupert Symington CEO and Joint Managing Director

Pensamos a longo prazo, transmitindo os nossos valores, conhecimento e experiência de geração em geração, trabalhando com um espírito de respeito mútuo, lealdade e compromisso.

Estamos empenhados em entregar à próxima geração uma empresa de vinhos familiar mais forte e sustentável do que a que nos foi entregue. Neste sentido, a nossa missão é produzir vinhos do Porto e vinhos tranquilos excecionais que celebrem e preservem a singularidade de Portugal, contribuindo para um futuro mais positivo das regiões onde trabalhamos.

A Symington Family Estates é a empresa central de um grupo de empresas, todas elas ligadas ao negócio da produção e comercialização de vinhos portugueses, de distribuição, quer nacional, quer internacional, bem como na área de enoturismo. O modelo de governança da nossa empresa reflete, inexoravelmente, o forte pendor de gestão familiar característico deste negócio e o facto de ser detida a 100% por uma família.

No topo da cadeia do processo de decisão, com funções ao nível estratégico, funciona o Family Board, composto pelos acionistas da empresa, com e sem funções executivas. Faz também parte do Family Board um elemento externo à empresa, com enorme experiência em variadas áreas da gestão, em diferentes tipos de negócio, que assume a função de assessorar a família na dimensão estratégica e de longo prazo. As diretrizes que compõem o nosso programa estratégico, estão consubstanciadas no documento denominado Visão 2035. Regularmente, o Family Board analisa este programa para aferir o respetivo grau de concretização e de adequação dos objetivos estratégicos, tendo em consideração o contexto externo, suas ameaças e oportunidades.

O Board of Directors 2ª linha de governança, é o órgão de gestão corrente no qual estão representadas todas as áreas internas do negócio. Exerce funções eminentemente executivas, ainda que contribua também para a formulação dos objetivos estratégicos da empresa. Este órgão reúne-se pelo menos seis vezes por ano com uma agenda composta por duas partes: a primeira dedicada à avaliação dos relatórios setoriais mensais, e uma segunda, dedicada à análise e discussão de um tema core do

negócio. Desta forma, todas as áreas são chamadas a refletir sobre as atuais tendências, os principais desafios, bem como a identificação dos impactos que poderão advir para o negócio, propondo uma estratégia a três anos, principais ações e respetivo cronograma de implementação.

Entre as responsabilidades mais relevantes do Board of Directors realçamos a aprovação dos objetivos gerais da empresa, bem como os objetivos operacionais e respetivos planos estratégicos trienais que cada área estabelece. A sustentabilidade, dada a sua relevância e centralidade para o negócio, tem a sua gestão ao nível do Board of Directors, assegurada pelo Rob Symington, membro da 5.ª geração, que lidera a direção da sustentabilidade de uma forma particularmente ativa e galvanizadora.

Do ponto de vista financeiro garantimos a conformidade com todos os dispositivos legais e normas fiscais aplicáveis ao negócio, através da revisão e certificação das contas da empresa que entregamos a empresas de primeira linha, neste domínio.

O nosso objetivo é estar entre os pioneiros no nosso setor. Atuamos com integridade, firmeza e proatividade para alcançar os nossos objetivos. Somos apaixonados pelo nosso trabalho, pelos nossos vinhos e pelas regiões onde estamos e temos um profundo orgulho em tudo o que fazemos.

30 i. Universo i.iv. Governança
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4. Página anterior: Crianças da 4ª geração Symington no Douro, 1961 5. Rupert Symington CEO and Joint Managing Director, 4.ª geração

Dupla

Materialidade

Transformar ameaças em oportunidades

32 i. Universo
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Numa era em que a sustentabilidade é crucial para o nosso futuro coletivo, a Diretiva sobre o Relato de Sustentabilidade das Empresas (Corporate Sustainability Report Directive - CSRD) representa um avanço significativo ao convocar organizações para a divulgação de informações não financeiras de alta qualidade, seguindo o princípio da dupla materialidade. Este passo promove um mundo empresarial mais transparente e responsável. Adicionalmente, as Normas Europeias de Relato de Sustentabilidade (European Sustainable Reporting Standards - ESRS) oferecem orientações abrangentes para o relato do desempenho em sustentabilidade, cobrindo áreas como estratégia, governança, medidas de implementação e medição de desempenho.

Uma abordagem de dupla materialidade visa assegurar que as empresas concentrem a sua atenção sobre os tópicos que têm os maiores impactos, riscos e oportunidades. Uma perspetiva de fora para dentro auxilia na avaliação de como as questões de sustentabilidade influenciam a estrutura financeira de uma empresa, mitigam riscos e promovem oportunidades a curto, médio e longo prazo. Simultaneamente, uma perspetiva de dentro para fora avalia o impacto da empresa — tanto positivo como negativo — sobre as pessoas e o meio ambiente, ao longo de toda a sua cadeia de valor.

A nossa análise de materialidade iniciou-se com uma identificação abrangente dos tópicos sociais, ambientais e de governança pertinentes para a nossa atividade. Este processo é informado por uma combinação de fontes, considerando tendências emergentes, riscos e oportunidades em todo o setor, assim como os temas de sustentabilidade relevantes para as nossas partes interessadas. Após uma diligência e análise aprofundadas, através da lente dupla da materialidade, avaliamos cada tópico para determinar a sua relevância e, consequentemente, desenvolvermos a melhor abordagem estratégica.

Adicionalmente, o contributo das partes interessadas é crucial na análise de materialidade ao longo da cadeia de valor. Neste sentido, realizamos a integração dos vários perfis das partes interessadas e estabelecemos a metodologia de consulta a ser iniciada em 2024. As consultas irão priorizar os fornecedores com maior impacto, pelo que uma versão atualizada dos nossos temas materiais já incorporará a integração dos temas materiais dos nossos fornecedores. No entanto, não prevemos alterações significativas nas principais conclusões. Esta abordagem, conforme os requisitos do ESRS, evidencia o nosso compromisso com a sustentabilidade. Orientada por um testemunho ativo e pragmático, e profundamente enraizada no afeto pelas nossas regiões e pelo nosso povo.

Pessoas

Clientes e produto

Proteção

34 i. Universo i.v. Dupla Materialidade 35
Comunidade
Governança
do ambiente
e economia local
e estratégia do negócio
Materialidade financeira Materialidade de impacto

Objetivos de

Desenvolvimento

Sustentável

Plano conjunto para a paz e prosperidade

36 i. Universo
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“O nosso objetivo é que possamos legar uma empresa familiar mais forte e sustentável do que aquela que nos foi confiada. Isso implica, hoje, enfrentar os desafios do nosso tempo com determinação, foco, resiliência e criatividade — adaptando-nos e inovando constantemente do ponto de vista comercial. Espero sinceramente que os meus netos possam produzir vinho do porto e vinho no Douro. As ações que, coletivamente, assumirmos ao longo dos próximos anos irão determinar que assim seja.”

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), também conhecidos como Objetivos Globais, são um conjunto de 17 metas estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015, como parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Os ODS constituem um apelo global à ação com o intuito de erradicar a pobreza, preservar o planeta e garantir paz e prosperidade para todas as pessoas até 2030. Além disso, procuram enfrentar as mudanças climáticas, bem como proteger os oceanos e as florestas.

Estamos cientes das nossas responsabilidades e do papel que devemos desempenhar na implementação do projeto comum de paz e prosperidade para as pessoas e o planeta. No que diz respeito à integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nas nossas operações, iniciámos um exercício de mapeamento para compreender a relevância de todos os diferentes objetivos e subobjetivos na nossa própria realidade. Esta abordagem

permitiu-nos constatar onde já estávamos a progredir de forma adequada, e, por outro lado, identificar áreas que deveriam estar mais alinhadas com os ODS.

Neste processo, deparamo-nos com alguns desafios na integração dos ODS na nossa atividade, uma vez que estes são formulados numa linguagem própria do desenvolvimento sustentável, que nem sempre coincide com a linguagem operacional de uma empresa. Assim, realizamos um processo interno de sensibilização das equipas sobre as implicações deste compromisso, não só na forma como atualmente conduzimos os negócios, como também na visão que temos para o desenvolvimento das nossas atividades. A nossa principal prioridade é contribuir para o desenvolvimento sustentável nas áreas onde podemos causar um impacto mais significativo, seja do ponto de vista económico, social ou ambiental, procurando perpetuar a influência positiva que exercemos.

i. Universo i.vi. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 38
Primary focus: 6, 7, 9, 13 and 15; Direct contribution: 3, 4, 8, 12 and 17; Indirect contribution: 1, 2, 5,10 11, 14 and 16; 39
6. Johnny Symington, Chairman and Joint Managing Director 6. Johnny Symington, Chairman and Joint Managing Director, 4.ª geração

Missão

Construir um futuro sustentável

Demonstrar empenho numa produção de baixo impacto, na preservação dos ecossistemas, na promoção do crescimento socioeconómico regional e numa gestão orientada pela inovação.

40 i. Universo
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2025

Objetivo 1 – Energia Renovável 100% da eletricidade proveniente de fontes de energia renováveis certificadas. 20% gerada internamente.

Objetivo 2 – Veículos Elétricos 100% dos veículos de passageiros adquiridos a partir de 2025, serão elétricos ou híbridos.

Objetivo 3 – Emissões de Carbono Redução de 35% nas emissões de CO2e por litro engarrafado (entre 2018 e 2025).

Objetivo 4 – Eficiência Energética Redução de 10% do total de energia por litro engarrafado.

Objetivo 5 – Eficiência Hídrica Redução de 10% de água utilizada nas adegas e nos engarrafamentos, por litro engarrafado.

Objetivo 6 – Biodiversidade Apoio a um projeto ambicioso de restauro de ecossistemas/reflorestação em Portugal.

Objetivo 7 – Adega de Baixo Impacto Obtenção da certificação LEED Gold (edifício sustentável) para a nova adega do Ataíde.

Objetivo 8 – Voluntariado Adesão de 80% dos colaboradores ao novo programa de voluntariado.

Objetivo 9 – Fundo de Impacto Criação de um fundo Symington de impacto social, ambiental e cultural.

Objetivo 10 – Certificação B Corp Obtenção da certificação B Corp que traduz elevados padrões de desempenho social e ambiental.

A nossa principal prioridade é contribuir para o desenvolvimento sustentável nas áreas em que podemos ter um impacto económico, social e ambiental mais significativo.
i. Universo
Objetivo 1 – Energia Renovável Objetivo 2 – Veículos Elétricos Objetivo 9 – Fundo de Impacto Objetivo 10 – B Corp Certification Objetivo 6 – Biodiversidade Objetivo 5 – Eficiência Hídrica Objetivo 7 – Adega de Baixo Impacto
i.vii. Missão 2025 42
Objetivo 3 – Emissões de Carbono Objetivo 8 – Voluntariado Objetivo 4 – Eficiência Energética
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Viticultura

Uma história de resiliência

48 ii. Água
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tTecnologia sofisticada

Sistema de Informação Geográfica Imagens infravermelho de satélite e drone

Alterações climáticas

Fertilizantes orgânicos Pastoreio

Suporte à comunidade

Mão de obra local Suporte técnico aos lavradores

Nutrição das plantas

Análises do solo

Análises de folhas

Eficiência hídrica

Gestão do stress hídrico Rega deficitária

Conservação da natureza

Muros de pedra - abrigos de biodiversidade

Vegetação selvagem

Viticultura de encosta

A região do Douro é a mais antiga região demarcada de vinhos do mundo. Possui uma paisagem única que combina a presença monumental do rio Douro, com encostas íngremes povoadas por vinhedos e áreas naturais de matos e floresta mediterrânea. É uma região conhecida pela sua tradição vitivinícola, sendo o vinho do Porto um dos principais vetores de dinamização da cultura, das tradições e, principalmente, da economia local.

Acreditamos que o caminho para a prosperidade do Douro, enquanto região vitivinícola, passa por combinar o conhecimento ancestral com tecnologia de ponta, adaptando as práticas vitícolas para aumentar a resiliência das vinhas às ameaças climáticas, a reduzir o peso do trabalho agrícola manual, a proteger e restaurar os habitats, bem como a potenciar a riqueza patrimonial do território.

Viticultura

sustentável

Atualmente gerimos cerca de 1130 hectares de vinha na região do Douro. Cada ano replantamos o equivalente a 3% das nossas vinhas de forma a garantir a sua sustentabilidade a longo prazo. As nossas vinhas estão certificadas em modo de produção integrada, que se define como um sistema agrícola de produção de alimentos e de outros produtos alimentares de alta qualidade, com gestão racional dos recursos naturais e privilegiando a utilização dos mecanismos de regulação natural em substituição de

fatores de produção, contribuindo, deste modo, para uma agricultura sustentável. Além disso, temos aumentado a nossa área de vinha em modo de produção biológico no Vale da Vilariça, que chegará em breve aos 205 hectares.

Entendemos que a sustentabilidade na viticultura passa por um modelo assente em duas estratégias complementares, por um lado apostar numa agricultura de precisão e, por outro, intensificar as ações de base ecológica, potenciando os serviços dos ecossistemas em benefício de uma produção agrícola gradualmente de menor impacto.

Viticultura de precisão

A introdução de tecnologias de informação no nosso processo de produção agrícola foi iniciada, em 2007, através do uso de imagens aéreas de infravermelhos no mapeamento 2D das vinhas, mais precisamente, na obtenção de dados sobre estado vegetativo e sobre o estado de maturação das várias castas e parcelas. Em 2010, estas imagens passaram a integrar a nossa plataforma SIG-Vinha otimizando os processos de gestão, por possibilitarem uma tomada de decisão mais precisa, especialmente crítica na altura da vindima. Sendo o uso da água um tema central numa produção agrícola cada vez mais otimizada e responsável, temos instalado nas nossas quintas estações meteorológicas e sensores da humidade do solo.

Rega deficitária

A vinha é por excelência uma cultura muito pouco exigente em termos de consumo de água.

Como resposta aos fenómenos cada vez mais severos de calor extremo, as videiras desenvolvem estratégias de adaptação ao nível do sistema radicular e parede de vegetação. Ainda assim, para a manutenção de um ciclo vegetativo equilibrado, em especial na altura da maturação, é desejável que a planta consiga manter um estado hídrico que esteja orientado para os objetivos qualitativos da respetiva vinha. Neste sentido, o que fazemos é uma gestão do stress hídrico das videiras, repondo água, se necessário, sempre de forma deficitária, em função da evolução dos parâmetros climáticos provenientes da rede de estações climáticas, dos dados de potencial hídrico da videira, medido por meio de câmara de pressão, da disponibilidade de água do solo, monitorizado por meio de sondas, fixas e móveis, capazes de medir o teor de humidade disponível em profundidade, conciliando estes dados com as características físicas dos solos.

Recentemente, demos mais um passo no conhecimento sobre a regulação de água nas videiras, ao instalar diretamente nas plantas, medidores do fluxo de seiva, denominados Sap-flows. Este nível de sensorização mais fino, recolhe dados de transpiração da planta em tempo real, permitindo perceber, por exemplo, o uso eficiente de água pela planta, a sua resistência à secura, a relação entre os níveis de humidade no solo e os fluxos de água na planta, introduzindo novos dados na decisão de quando e quanto regar, ou seja, afinar a estratégia de rega, num contexto de adaptação às alterações climáticas.

ii. Água ii.i. Viticultura 50
51
1.
2.
De composto orgânico em 2022

Saúde do solo

Cobertura vegetal Mobilização mínima

Segurança no trabalho

Formação e sensibilização

Equipamento de proteção individual

Controlo de pragas

Colocação de armadilhas

Caixa-abrigo para morcegos

Poupança energética

Painéis fotovoltaicos

Redução do trajeto das uvas

Gestão de resíduos

Degradação biológica de pesticidas Reciclagem de embalagens

Saúde do ecossistema

A saúde dos solos é condição essencial para o normal funcionamento das videiras, para uma maturação equilibrada das uvas e, por conseguinte, para a produção de vinhos excecionais. Estamos a trabalhar para que os nossos solos sejam um habitat rico em microrganismos, capazes de reter mais humidade, e mais resistentes aos fenómenos de erosão. Somos cautelosos nas intervenções que fazemos, queremos deixar a natureza e os seus ciclos naturais funcionarem. Procuramos intervir mínima e indiretamente, para que a nossa ação não se sobreponha às respostas dos ecossistemas, que tendem naturalmente para a criação de equilíbrio e de resiliência. Preferimos contribuir para o seu reforço por meio de soluções de base natural, como a prática de enrelvamento, a incorporação de composto orgânico e a criação de condições para que a fauna e flora indígenas floresçam.

A manutenção de enrelvamentos nas vinhas, naturais ou semeados, é uma prática crucial para a conservação da saúde do solo, na medida em que promove uma melhoria da sua estrutura, uma resistência aos efeitos de erosão, a retenção de humidade, bem como a promoção de simbioses entre o sistema radicular desses enrelvamentos e as comunidades biológicas ali presentes, promovendo a sua biodiversidade. Neste momento, estamos a desenvolver

Monitorização

Visitas de campo

Recolha inteligente de dados

1. Conservamos aproximadamente 93 quilómetros de antigos terraços de pedra nas nossas propriedades, que além de servirem de suporte às vinhas, funcionam como refúgio para a flora e fauna do Douro.

2. Sistema de monitorização do fluxo de seiva instalado nas nossas vinhas na Quinta do Ataíde.

3. Phytobac® na Quinta dos Malvedos. Este sistema trata a água de lavagem dos pulverizadores num reator orgânico, onde os contaminantes são degradados biologicamente.

4. Casa para morcegos instalada na Quinta do Ataíde.

estudos no campo com sete combinações distintas de espécies vegetais que procuram avançar no conhecimento sobre os impactes de cada espécie ao nível do microbioma do solo, e benefícios para a videira. O objetivo deste estudo é um conhecimento mais profundo sobre o efeito benéfico destas espécies no ecossistema da vinha, de forma que possam constituir soluções na melhoria do potencial de adaptação climática. No que diz respeito ao controlo de pragas, como a traça-da-uva (Lobesia botrana) e a cigarrinha-verde (Empoasca vitis), recorremos ao uso de armadilhas de confusão sexual ou cromotrópicas, para monitorização da população de insetos, auxiliando na determinação da janela ideal de tratamento, bem como na seleção do meio de controlo mais adequado, para um tratamento de precisão. Por outro lado, no combate à cigarrinha-verde, estamos a introduzir colónias de morcegos que são predadores naturais deste inseto, junto a castas especialmente suscetíveis, que se for bemsucedido, levará a uma redução do número de tratamentos convencionais. No campo das doenças da vinha, estamos a testar o uso de um biofungicida, derivado do tremoço, tendo já obtido resultados positivos e promissores no tratamento preventivo do oídio e da podridão cinzenta, quando comparados com parcelas cujo tratamento foi realizado por meio de produtos convencionais.

Referencial Nacional de Sustentabilidade do Setor Vitivinícola

Em junho de 2023, tivemos uma notícia de que muito nos podemos orgulhar: fomos o 1.º produtor de vinhos a receber a certificação de vitivinicultor sustentável pelo Referencial Nacional de Sustentabilidade do Setor Vitivinícola, tendo-nos sido atribuído o ‘Nível A’, ou seja, a máxima classificação. O referencial foi recentemente criado pelo Instituto da Vinha e do Vinho e pela ViniPortugal especificamente para o setor vitivinícola português. Pretende ser um garante visível e independente dos vinhos portugueses nos mercados internacionais, sublinhando a sua credibilidade e confiabilidade, bem como demonstrar o compromisso dos produtores com a produção sustentável.

ii. Água ii.i. Viticultura 52
4. 53
3.

Água

Um recurso vital

54 ii. Água
55

Consumo total de água

88%

12%

A água é um recurso natural, essencial para a agricultura, energia e indústria, bem como para criar e manter os ecossistemas dos quais toda a vida depende. O desequilíbrio entre a procura e oferta de água e as suas consequências — agravadas pelas mudanças climáticas — é já evidente em algumas regiões de Portugal, onde uma proporção significativa de terras agrícolas enfrenta stress hídrico.

Reconhecendo o crescente desafio da escassez de água, a Assembleia Geral da ONU lançou a "Década de Ação para a Água" — de 22 de março de 2018 a 22 de março de 2028 — com o propósito de mobilizar ações que transformem a maneira como gerimos a água.

Na indústria vinícola, a água é utilizada em várias etapas do processo, desde a vinha até ao engarrafamento, incluindo armazenamento e atividades turísticas. A gestão eficiente deste recurso é crucial para a sustentabilidade do setor vitivinícola, visto que a escassez e disponibilidade de água podem aumentar os custos de produção e limitar o crescimento da produtividade.

Uso industrial

O nosso objetivo é diminuir o consumo de água em 10% até 2025, garantindo simultaneamente todos os requisitos essenciais à produção de vinho. Estabelecemos indicadores chave de desempenho de segundo nível e motivamos as nossas equipas a alcançar os melhores resultados nas suas áreas.

Adegas

Armazéns

Engarrafamentos

Enoturismo

435 000 m3

Disponibilidade e qualidade da água

No que diz respeito à gestão da qualidade da água, implementamos um procedimento abrangente de controlo de qualidade. Para fontes subterrâneas ou superficiais, que representam a maioria das nossas origens de água, cada ponto de tratamento está equipado com um sistema de monitorização da qualidade e da quantidade. Este sistema permite ajustes automáticos no tratamento, em resposta a quaisquer desvios analíticos.

Na nossa nova adega da Quinta do Ataíde, instalámos um sistema de tratamento de água que utiliza o dióxido de cloro (ClO2) como desinfetante. Este método é eficaz na desinfeção e oxidação de compostos orgânicos, garantindo uma solução segura para obtenção de água potável, ao mesmo tempo que evita a formação de tricloroanisole (TCA), um composto indesejável que pode afetar a qualidade e o sabor da água.

56 ii. Água ii.ii. Água
Uso industrial Uso agrícola
57
Total de água consumida, 2022

Gestão da água

Para enfrentar os desafios do uso da água, implementámos uma estratégia integrada e abrangente de gestão da água. Isso inclui monitorizar o consumo de água em cada atividade chave, com dados mensais registados digitalmente no nosso software de manutenção Infraspeak®. Os dados são integrados automaticamente no nosso sistema de monitorização e gestão Kisense®, proporcionando uma visualização em tempo real e análise preditiva, para otimização e controlo em todos os locais. Esta abordagem ajuda a identificar ineficiências, como fugas, permitindo uma resolução rápida e eficaz, e fornece pistas para a reformulação do sistema e melhoria contínua dos processos.

A consciencialização das equipas é crucial, pelo que realizamos formação periódica, em especial às equipas de produção. O que envolve avaliações detalhadas dos processos-chave e foco nas boas práticas, fomentando um ambiente onde os colegas podem contribuir com soluções para a melhoria dos processos. Aumentamos os equipamentos de lavagem a pressão e os utensílios de limpeza a seco. Sempre que possível, a água de enxaguamento é reutilizada para lavagens subsequentes. Nas linhas de engarrafamento, o novo sistema em circuito fechado (CIP) permite-nos reutilizar grande parte da água enxaguamento de garrafas. Atualmente, estamos a trabalhar para otimizar os nossos processos em vários aspetos, incluindo a avaliação de novas tecnologias de estabilização e filtração, gestão de capacidades de armazenamento, entre outros. Estas iniciativas procuram melhorar a eficiência, reduzindo estrategicamente as transferências de vinho, resultando em poupanças substanciais de água e de outros recursos.

5. Autovinificadores na adega da Quinta do Sol.

6. Estação de tratamento de águas residuais na Quinta do Sol.

21 800 m3

Total de águas residuais tratadas, 2022

Tratamento de águas residuais

As águas residuais provenientes das operações da adega, compostas principalmente por componentes naturais e não tóxicos, são tratadas em nove estações de tratamento de águas residuais (ETAR) localizadas nas nossas principais instalações. Para otimizar essas infraestruturas, as águas residuais das pequenas adegas são encaminhadas para essas estações, resultando em ganhos de eficiência operacional e de redução de custos.

Em resposta às necessidades em termos de capacidade de tratamento, as nossas ETAR utilizam um de dois tipos de tratamento biológico: reator em arejamento prolongado e reator sequencial. As nossas ETAR incorporam tecnologia avançada, incluindo sondas de oxigénio, correção automática de pH, monitorização de volume e controlo remoto total. Além disso, dispomos de um equipamento de secagem de lamas para otimizar a valorização das lamas, enviando-as para operadores onde são processadas em compostagem. No âmbito do nosso compromisso com a sustentabilidade, pretendemos aprofundar, por meio de estudos em consórcio, a exploração de tecnologias de reutilização de água, adaptando-as aos requisitos específicos da segurança alimentar, no contexto da produção de vinho.

de água por litro engarrafado (2022)

*água utilizada no processo, inclui água para consumo humano e em todas as operações desde a vinificação ao engarrafamento.

58 ii. Água ii.ii. Água
59
5.
6.

Energia

Um caminho para um futuro sustentável

60 ii. Água
61

Total de consumidaenergia

57% ELETRICIDADE

43% COMBUSTÍVEIS

Consumo total de energia, 2022

7.

O consumo de energia tem um papel significativo no nosso desempenho ambiental e económico. A gestão de energia, que engloba conservação, eficiência energética e energias renováveis, é crucial para assegurar uma transição eficaz para fontes de energia mais limpas, reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa e proporcionando poupança de custos. Este é um aspeto particularmente relevante, tendo em conta as incertezas associadas à disponibilidade e aos custos da eletricidade e dos combustíveis.

O sistema de informação Kisense® desempenha um papel fundamental na nossa gestão de energia, ao fornecer uma ferramenta para a recolha contínua, armazenamento, análise e interpretação de dados energéticos. O consumo de eletricidade é automaticamente integrado no sistema por meio de medição remota, proporcionando registos em tempo real para mais de 75% do consumo total. Os restantes dados são integrados mensalmente. O consumo de gás natural, gás propano, gasóleo e gasolina também é automaticamente integrado no Kisense®. Uma análise mais aprofundada dos perfis energéticos oferece informações para a otimização dos processos e é valiosa na planificação de mudanças em infraestruturas ou em procedimentos internos. O Kisense® também gera relatórios de energia reativa. Mensalmente, partilhamos pelas várias áreas

operacionais um relatório detalhado dos principais locais, com diagnóstico do consumo de eletricidade e de produção fotovoltaica.

Em termos de eficiência energética, as medidas mais eficazes resultam de alterações nos procedimentos operacionais e comportamentais. Após auditorias energéticas em áreas de consumo críticas, foram identificadas ações imediatas, tais como substituição e reposicionamento de iluminarias, regulação da temperatura nos sistemas de ar condicionado, verificação regular de fugas de ar comprimido, ajuste dos horários de carregamento de empilhadores, limpeza de janelas e claraboias para otimizar a entrada de luz natural e, sempre que possível, transferências de vinho por gravidade, entre outras medidas. No que tem que ver com medidas a incidir sobre mudanças comportamentais, iniciámos um processo de sensibilização por via educação e informação dos colaboradores, promovendo as melhores práticas energéticas por toda a empresa, como desligar todos os dispositivos de escritório fora do horário de trabalho, planear tarefas operacionais e, quando aplicável, fazer com que certas tarefas coincidam com ciclos tarifários de menor custo, ao mesmo tempo que se previne a ocorrência de picos de consumo.

Implementámos diversas medidas para melhorar a eficiência energética relacionada com os equipamentos. Estas incluem a instalação de sensores de movimento e fotocélulas, substituição por iluminação LED, transição para dispositivos multifunções em vez de impressoras e fotocopiadoras em separado, novos compressores de ar com velocidade variável (VSD), instalação de sensores de oxigénio dissolvido no tratamento de águas residuais, sistemas de aquecimento de água utilizando painéis solares, instalação e substituição por tecnologias de aquecimento, ventilação e ar condicionado (HVAC) de alta eficiência, especialmente nas caves, que representam uma grande proporção do nosso consumo elétrico. Além disso, equipámos as nossas garrafeiras com sensores de temperatura e humidade e um sistema de monitorização em tempo real que permite acesso remoto e controlo operacional dos equipamentos e dos parâmetros de climatização.

Uma parte significativa da nossa utilização de energia está associada à dependência energética dos edifícios. Investimos no isolamento de telhados, paredes e tetos. Quando adequado, procedemos à renovação dos telhados para maximizar a entrada de luz natural. Instalámos persianas e janelas com elevada eficiência térmica para melhorar o desempenho energético do edifício. Estamos também a explorar novas abordagens nesta área e temos o prazer de anunciar a construção da primeira adega em Portugal, preparada para obter a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) um exemplo que se destaca pela elevada eficiência energética (poderá encontrar mais informações sobre este tema no artigo Património, neste relatório).

Simultaneamente, intensificamos os nossos investimentos em energias renováveis. Em 2022, produzimos 219 MWh de energia renovável por meio de painéis fotovoltaicos, e em 2023, ambicionamos gerar 20% da energia consumida internamente. Esta iniciativa visa fortalecer a nossa resiliência e independência energética, ao mesmo tempo que avançamos na descarbonização. Embora a nossa rede elétrica nacional já tenha alcançado, em 2022, uma quota de 50% proveniente de fontes renováveis, estamos em vias de garantir a aquisição de 100% de eletricidade renovável certificada. Estes esforços conduziram a reduções mensuráveis no consumo de energia e, consequentemente, nas emissões e nos gastos associados. Contudo, é crucial adotar medidas suplementares para assegurar a manutenção das boas práticas e a melhoria contínua do nosso desempenho energético, para alcançar uma redução de 10% no consumo de eletricidade e de 35% nas emissões de gases com efeito de estufa até 2025.

de energia por litro engarrafado (2022)

*Intensidade de energia (eletricidade e combustíveis)

62 ii. Água ii.iii. Energia
Gasolina
Renovável — eletricidade adquirida e produzida internamente
63
7. Ao fundo a Quinta do Vesúvio. Não Renovável — eletricidade adquirida de fontes não renováveis Gás natural
8 121
Gasóleo
GPL
MWh

Pegada de Carbono

O poderoso inimigo da Terra

64 ii. Água
65

Enquanto produtores de vinho, as alterações climáticas são uma séria ameaça ao nosso futuro. Apesar da dimensão deste desafio estar para além da ação individual de uma única empresa, sentimos que temos a responsabilidade de agir de forma determinada dentro da nossa área de atividade, rumo a uma transição energética mais verde e a uma redução significativa das emissões de gases com efeito de estufa.

Das nossas emissões totais são provenientes das garrafas

Seguindo o que está definido no Greenhouse Gases Protocol — publicado pelo World Business Council for Sustainable Development e pelo World Resources Institute — realizamos, em 2018, a primeira contabilização integral de emissões ao longo da nossa cadeia de valor, para os anos 2015, 2016 e 2017.

Depois de um trabalho exaustivo de análise de cada processo, o qual envolveu equipas multidisciplinares, foi possível conhecer com detalhe o contributo de cada atividade na caracterização do nosso perfil carbónico, através da contabilização de emissões diretas de fontes controladas pela empresa (âmbito 1), de emissões indiretas da aquisição de energia (âmbito 2) e, de emissões indiretas relacionadas com a cadeia de valor (âmbito 3).

Este processo culminou com a criação de uma ferramenta que integra, de forma automática, mais de 85% dos dados primários, essenciais ao cálculo. Desta forma, a cada ano, medimos a nossa pegada de carbono, a qual é verificada por terceira parte, conforme a norma internacional ISO 14064 Greenhouse Gases - Part 1.

A ferramenta de cálculo é um instrumento muito útil no processo de avaliação do impacto carbónico de novos produtos e fornecedores, bem como na incorporação de soluções que procuram responder a novos riscos e oportunidades.

A meta de redução da pegada de carbono constitui um dos nossos objetivos gerais, a par de objetivos financeiros e de segurança no trabalho, com impacto no sistema de incentivos promovido pela empresa.

Neste momento, a expansão a diferentes áreas de negócio, como a restauração, resulta na necessidade de definirmos novos indicadores de desempenho carbónico, próprios das atividades de enoturismo. Estas novas métricas vão contribuir para um alinhamento na gestão operacional, possibilitando a comparação com os pares e o estabelecimento de objetivos representativos do setor.

O abrangente conhecimento que hoje temos sobre este assunto é determinante na construção e execução da nossa estratégia de descarbonização.

por litro engarrafado (2022)

66 ii. Água ii.iv. Pegada de Carbono
~ 67

Âmbito 03

Âmbito 02

Âmbito 01

Emissões absolutas tCO2e

Total emissões GEE*

Intensidade de emissões KgCO2e por litro engarrafado

*método baseado na localização *

Principais fontes de emissões

Âmbito 01 (3%) Âmbito 02 (3%) Âmbito 03 (95%)

38% Frota

24% Maquinaria agrícola

17% Caldeiras

13% Fertilizantes

51% Eletricidade renovável adquirida e produzida internamente (zero emissões)

49% Eletricidade adquirida de fontes não renováveis

40% Embalagem

13% Compra de vinho

13% Compra de uvas

12% Compra de aguardente

6% Transporte de produto acabado para o cliente

6% Fim de vida da embalagem

68 ii. Água ii.iv. Pegada de Carbono
69
32 638 34 289 1.78 1.71

Resíduos

Uma abordagem de ciclo de vida

70 ii. Água
8. 71

Total de resíduos gerados

A produção de resíduos é um dos aspetos ambientais da nossa atividade. A sua mitigação e controlo segue uma perspetiva de ciclo de vida, ou seja, inicia-se antes do resíduo ser gerado e termina somente com o seu destino final. Com efeito, uma gestão eficiente dos resíduos começa na decisão de compra. Neste sentido, para produtos de elevado consumo, temos vindo a optar por embalagens de maiores dimensões, cujo destino é a reutilização, evitando a sua entrada no circuito dos resíduos. Por outro lado, temos procurado devolver embalagens de transporte de diversos materiais de embalagem, aos respetivos fornecedores, reduzindo substancialmente a quantidade de resíduos e, simultaneamente, poupando recursos e custos ao fornecedor. A grande fração dos resíduos que resultam da nossa atividade são constituídos por cartão, plástico e vidro, que apresentam altas taxas de reciclabilidade. Também os resíduos de rolhas usadas ou rejeitadas são encaminhados para reciclagem.

A gestão de resíduos de embalagens de produtos fitofarmacêuticos faz parte do circuito nacional dedicado a este tipo de embalagens, garantindo um destino final seguro para as mesmas. Assim acontece com outras tipologias de

resíduos considerados perigosos, como os óleos usados, as baterias e os resíduos elétricos e eletrónicos.

Atualmente, encaminhámos os resíduos de engaço para compostagem e valorização energética em caldeiras de biomassa. Ao mesmo tempo, temos participado em iniciativas de inovação que procuram transformar os engaços de uva em subprodutos valorizáveis. Um exemplo, foi a sua transformação em placas de revestimento, que embora em fase de piloto, demonstrou ser possível dar uma nova vida ao engaço. Outra dimensão deste tema é a produção de resíduos a jusante da nossa atividade, isto é, os resíduos de embalagem após o consumo dos nossos produtos. Estamos conscientes deste impacto, pelo que procuramos que as nossas embalagens não constituam elementos disruptores do processo de reciclagem.

Estamos focados na redução do peso das nossas garrafas, bem como na redução da multiplicidade de materiais, para não só facilitar o processo de reciclagem, como reduzir a pegada de carbono e os custos, durante o seu ciclo de vida. Atualmente, estamos a trabalhar na procura por uma alternativa ao topo em plástico das rolhas bartop, tornando-as num resíduo com menor impacto ambiental.

8. Página anterior: Engaço

9. Compostagem na Quinta do Ataíde.

ii. Água ii.v. Resíduos 72
25% Vidro 9% Plástico 38% Papel e cartão 20% Outros 0.5% Res. Perigosos 0.1% Cortiça
73
8% Metais 9.
469t
Total de resíduos gerados, 2022

Aprovisionamento

Inovação frugal como um novo ethos

74 ii. Água
10. 75
"Reconhecemos que ainda há muito a fazer na área da sustentabilidade. É por isso que continuaremos a colaborar com os nossos fornecedores para encontrar soluções inovadoras e responsáveis. A sustentabilidade ambiental é uma responsabilidade partilhada, e estamos a fazer a nossa parte. Precisamos que todos os nossos fornecedores se juntem a nós nesta jornada."

As compras de produtos e serviços são determinantes no desempenho de sustentabilidade de uma empresa, pela sua ampla abrangência, uma vez que todos os departamentos são compradores, bem como pelo peso que têm no seu balanço económico, ambiental e social.

No domínio económico, para além do objetivo de atendermos à qualidade do produto ou serviço, aos prazos de entrega e ao custo, procuramos optar por produtos nacionais, e quando possível, locais. Esta dimensão adquire especial importância em meios onde o impacto económico é mais significativo, como a região do Douro. Neste sentido, privilegiamos as empresas de bens e serviços locais, tendo por base a consciência do impacto que temos na manutenção desses negócios.

Do ponto de vista ambiental, a compra de materiais inclui critérios relativos às suas características, tais como, a composição, a origem das matérias-primas, a incorporação de reciclado, o local de fabrico, a sua reciclabilidade, bem como a existência de certificações do domínio ambiental.

Na área social, incluímos nos pontos de avaliação dos nossos fornecedores de alto risco, temas como as condições de trabalho e a conformidade ética, verificados nas auditorias periódicas que realizamos. Por outro lado, também avaliamos os serviços subcontratados, que ocorrem dentro das nossas instalações, através da realização de auditorias ao cumprimento das normas internas de desempenho ambiental e de segurança e saúde no trabalho.

No domínio macro, estamos a desenvolver e otimizar os nossos processos de compra, ao rever e sistematizar os respetivos critérios, bem como a definir novos indicadores de desempenho, contribuindo assim para o enriquecimento das métricas de sustentabilidade da empresa.

10. Previous spread: Página anterior: O nosso restaurante Bomfim 1896 with Pedro Lemos, situado na vila do Pinhão, visa recriar os aromas e memórias da tradicional cozinha do Douro. Revisitámos o receituário tradicional para criar pratos clássicos que representam o melhor do Douro e de todo o país.

11. Centro de visitas das caves Graham's 1890.

de material reciclado incorporado nas embalagens

dos materiais de embalagem são recicláveis

dos materiais de base florestal são certificados FSC

76 ii. Água ii.vi. Aprovisionamento
77
11.

I&D Pioneiros no progresso

82 iii. Ar 1.
83

1. Página anterior: VineScout é um robô autónomo, alimentado eletricamente, utilizado para monitorização das vinhas.

2. Biblioteca de castas, Quinta do Bomfim.

3. Vindima mecânica.

Os nossos vinhos são o reflexo da união entre tradição e os conhecimentos científicos mais avançados. Tanto na viticultura, como na enologia procuramos integrar modelos inovadores para melhorar continuamente os nossos processos, acompanhando as novas tendências de consumo e trabalhando na adaptação das vinhas ao contexto das mudanças climáticas.

Para além da nossa equipa interna de Investigação e Desenvolvimento, dedicada a tempo inteiro, estabelecemos colaborações com parceiros do meio académico e empresarial. Ao longo dos últimos vinte e cinco anos foram inúmeros os projetos de investigação e inovação desenvolvidos internamente ou em colaboração com parceiros externos. Os resultados dessas iniciativas são visíveis nas nossas vinhas e adegas, demonstrando o impacto positivo do nosso compromisso com a inovação e a procura pela excelência.

Coleções de Castas | Conhecimento de castas e porta-enxertos

O objetivo geral das coleções de castas é o de aumentar o conhecimento sobre castas e porta-enxertos, não só de variedades autóctones do Douro, mas também de outras regiões vinícolas. Este estudo pretende garantir a conservação de variedades menos conhecidas e ao mesmo tempo permite investigar o comportamento dessas variedades em cenários de temperaturas extremas e escassez de água que, num contexto de alterações climáticas, tornam este trabalho particularmente importante. O interesse da Symington pelo estudo das castas é bastante antigo, esta linha de ação iniciou-se em 1984, no âmbito do Programa Nacional de Seleção Clonal (PORVID), com a instalação de um campo de seleção clonal de Touriga Nacional na Quinta do Ataíde e na Quinta de Assares. Em 1997 o projeto evoluiu com a implementação de uma parcela experimental na Quinta da Cavadinha, focando nas relações de afinidade entre 4 castas e 5 porta-enxertos. Desde 2014, as 3 coleções de castas na Quinta do Ataíde, na Quinta do Bomfim e na Quinta da Tapadinha têm contribuído para o aprofundamento do conhecimento sobre as castas e a sua relação com o clima num universo de 55 variedades. Estas estruturas experimentais apoiam decisões de novas plantações, são base de suporte a diversos projetos de I&D e promovem interações colaborativas com centros de investigação.

Vinificação | Lagares Mecânicos

O desenvolvimento dos lagares mecânicos nos anos 1998 e 1999 assinalou um ponto crucial na nossa estratégia de produção de vinho. Na vindima de 2000, alcançamos um marco significativo ao instalar com sucesso os primeiros três lagares mecânicos plenamente operacionais na Quinta dos Malvedos, resultando em performances surpreendentes. A eficácia do novo sistema levou à instalação de mais lagares mecânicos nas adegas da Cavadinha, da Senhora da Ribeira e do Bomfim. Este avanço tecnológico também sinalizou o início de uma transformação positiva no nosso processo de vinificação, impulsionando a qualidade e a eficiência.

Os lagares mecânicos oferecem diversas vantagens tais como: dupla pisa e submersão da manta; elevado rácio de contacto película/mosto para uma maceração otimizada; controlo da temperatura e de pressão da pisa; basculamento hidráulico para um rápido envasilhamento e, consequentemente, uma rápida rotação; disponibilidade 24 horas; melhor potencial de higienização pela construção em aço inoxidável; uma boa micro-oxigenação do mosto e custos operacionais mais baixos.

Grapevine Water Stress | Uso eficiente de água pela videira

Desde 2014 o foco primordial desta linha de ação tem sido a compreensão de metodologias para avaliação e

monitorização do estado hídrico da vinha. Isto engloba a análise do nível de disponibilidade de água no solo, o consumo de água pela videira (transpiração) e a interação com o clima. Ao mesmo tempo, temos testado o modelo de rega deficitária em diversas estratégias de gestão, centradas em três pilares fundamentais: a maximização da qualidade das uvas, a retenção de água pela planta e o aumento da resiliência da videira para enfrentar diferentes condições climáticas.

VITINOV (1) | Colheita mecânica em vinhas de declive acentuado

De 2014 a 2018, a Symington liderou um projeto de Cooperação para a Inovação do ProDER, em parceria com um parceiro técnico da Alemanha. O principal objetivo do projeto era desenvolver uma máquina de vindimar adaptável às vinhas em encosta, com o propósito de aumentar a eficiência da vindima mecânica sem comprometer a qualidade das uvas. Embora ainda existam desafios a superar, como a necessidade de adaptação de algumas vinhas para receber a máquina, os ensaios realizados em diversas parcelas de teste, com diferentes armações do terreno, superaram as expectativas. A máquina de vindimar alcançou um desempenho notável, atingindo valores de 1214 toneladas/dia, com eficiências de campo variando entre 45% e 65% em terraços estreitos.

iii. Ar iii.i. I&D 84
85
2. 3.

Vinhas sustentáveis de encostas íngremes | Gestão da erosão

Os objetivos fundamentais deste estudo são: estabelecer relações estatísticas entre os levantamentos de deslizamentos de terras e diversos fatores predisponentes e desencadeantes que impactam a instabilidade de taludes em encostas artificiais; avaliar os processos erosivos de ravinas e analisar o impacto das intervenções nas vinhas nos processos de escoamento, causados por chuvas intensas e de curta duração; e delinear a geometria da construção de terraços de forma compatível com uma gestão racional do uso do solo em vinhas de encosta.

2D-MAPPING | Mapeamento de parcelas por espetrofotometria

FTIR & UV-VIS

Este projeto tem como objetivo o desenvolvimento e implementação de um novo método, denominado '2D Parcel Analytical Mapping', para aprimorar a caracterização de cada terroir. Os objetivos incluem a criação de mapeamentos de parcelas 2D usando técnicas como FTIR e UV-VIS, a realização de um estudo sobre a variância intra-parcelar, a comparação de mapas PCD (Point Cloud Data) e a avaliação da qualidade do vinho microvinificado a partir de uvas colhidas em diferentes microzonas, e caracterizadas analiticamente. Apesar de ser inovador, o método é demorado, o que limita sua aplicabilidade generalizada. No entanto, é altamente recomendado para estudos específicos de variância intra-parcelar e para a caracterização detalhada do terroir. Além disso, pode desempenhar um papel crucial como método de validação PAT (Process Analytical Technology) oferecendo uma abordagem não destrutiva na avaliação dos bagos.

VINESCOUT (2) | Decisão inteligente por um robô vinhateiro

O objetivo do projeto VineScout era desenvolver um robô capaz de se movimentar autonomamente pela vinha, com diferentes tipos de sensores acoplados e processando as informações por meio de algoritmos adequados, apresentando-se como uma solução simples e de fácil utilização pelos viticultores. O resultado prático foi a criação de mapas que auxiliam na gestão da vinha, fornecendo informações cruciais sobre a disponibilidade de água e a nutrição das plantas.

VISCA (3) | Aplicação climática inteligente para vinhas

O projeto VISCA oferece serviços climáticos e um sistema de apoio à decisão (DSS) que combina modelos climáticos e agrícolas com os requisitos de gestão dos agricultores. O objetivo é criar práticas de curto prazo e estratégias de adaptação a médio e longo prazo em resposta às alterações climáticas. O projeto foi validado por meio de demonstrações de campo, envolvendo utilizadores finais em três locais distintos: Espanha, Itália e Portugal (Symington). Este esforço prático e comprovado tem como objetivo disponibilizar ferramentas eficazes para os agricultores enfrentarem os desafios das alterações climáticas, adaptando as suas práticas de gestão de forma informada e sustentável.

VITIGEOSS (4) | Ferramenta inovadora que integra serviços de observação e sensores no campo

O projeto VitiGEOSS tem como objetivo otimizar as operações agrícolas em termos económicos e ambientais tirando partido dos serviços europeus de observação da Terra em open source, integrando a informação recolhida pelo satélite com sensores instalados na vinha. Esta abordagem visa aprimorar a resolução e a confiabilidade das informações provenientes de satélites, com aplicação específica no setor vitivinícola. Neste sentido, o VitiGEOSS procura contribuir para práticas agrícolas mais eficientes e sustentáveis.

G.O.T.A. | Gerir, Operacionalizar e Transferir. Uso eficiente da água na vinha

Este projeto, liderado pela ADVID (Cluster da Vinha e do Vinho e CoLAB VINES&WINES), teve como objetivo sensibilizar os viticultores da Região Demarcada do Douro para a importância do estado energético da água na videira e promover uma gestão eficiente da rega. Além disso, procurou capacitar os viticultores para a adoção de boas práticas na gestão da rega, nas suas vinhas.

NSAC (6) | Seleção de estirpes de leveduras nativas não Saccharomyces

Este estudo, que se baseia em estirpes de leveduras não Saccharomyces nativas, resulta de uma colaboração

tripartida entre a Symington e duas empresas portuguesas especializadas: ngelo Coimbra S.A., dedicada ao fabrico de produtos enológicos, e a Biocant, especializada no desenvolvimento de soluções práticas em biotecnologia. A caracterização bem-sucedida destas leveduras, juntamente com o isolamento eficaz e a sua aplicação prática, permitiram realçar as propriedades organoléticas promissoras que estas leveduras autóctones do Douro conferem à arte de produzir vinho do porto.

Q-AD4PurePort7 | Método inovador de seleção de aguardentes vínicas

Este estudo, financiado pela União Europeia (FEDER), visa caracterizar o perfil aromático das aguardentes vínicas, procurando as combinações ideais para os diversos estilos de vinho do porto. A nossa equipa de I&D de enologia lidera o consórcio com a unidade de investigação QOPNA da Universidade de Aveiro e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) na procura por um avanço significativo na melhoria da consistência da qualidade na produção de vinhos do porto premium. Além disso, este projeto abre caminho para a criação de novas gamas de vinhos com elevado potencial para elaboração de cocktails, destacando o potencial inovador desta colaboração.

VINE & WINE (8) | Promover o crescimento sustentável através de inovação inteligente

Em 2022, integrámos o consórcio nacional do sector do vinho denominado Vine & Wine participando em vários projetos de inovação produtiva e de investigação e desenvolvimento. Este consórcio reúne empresas,

universidades, instituições do Estado e produtores de vinho numa ação conjunta que pretende criar uma visão integradora para um crescimento sustentável do setor vitivinícola, através da inovação tecnológica.

VineAdapt2Climate | Modelação e projeção de diferentes eventos climáticos O objetivo deste projeto é fornecer projeções de alterações climáticas de alta resolução em áreas específicas relevantes para os viticultores. Considerando diferentes cenários a médio e longo prazo, estas projeções visam fornecer informações cruciais para o desenvolvimento de estratégias de mitigação e adaptação às alterações climáticas.

BioGrapeSustain | Utilização da diversidade da videira e do microbioma Este projeto tem como objetivo estudar a adaptação às alterações climáticas, a tolerância a stresses bióticos e abióticos, bem como o interesse enológico de castas autóctones bem adaptadas ao solo e ao clima, específicos da região do Douro. Além disso, a diversidade microbiana do ecossistema da vinha será avaliada para compreender o potencial do seu uso na produção de novos biofortificantes, biofertilizantes e biopesticidas.

MiKS4Vine & ZEONI | Novas formulações para promover vinhas mais resilientes O foco deste projeto é testar duas estratégias diferentes para promover a resiliência da vinha e melhorar os serviços do ecossistema: 1) a influência de uma formulação de caulino (KI) e silício (Si) para melhorar as relações hídricas da videira, o desempenho fotossintético e a qualidade dos bagos; 2) a utilização de um produto inovador, ZEONI, combinado com diferentes estratégias de gestão de culturas de cobertura para otimizar a sinergia entre zeólitos e inibidores de nitrificação.

iii. Ar iii.i. I&D 86
87
4.

4. Página anterior: Lagar mecânico.

5. Joana Valente, I&D Viticulture Assistant, a medir o teor de humidade no solo.

6. Fernando Alves Head of R&D, a supervisionar os novos ensaios de cobertura vegetal na Quinta do Bomfim.

(1) VITINOV - Inovação no sistema de colheita e transporte de uva em viticultura de encosta Project 020521052305 – Medida 4.1 Cooperação para a Inovação, cofinanced by the ProDER

(2) VINESCOUT - Este projeto recebeu financiamento do programa de investigação e inovação Horizonte 2020 da União Europeia ao abrigo do acordo de subvenção n.º 737669. https:// vinescout.eu/web/

(3) VISCA Este projeto recebeu financiamento do programa de investigação e inovação Horizonte 2020 da União Europeia ao abrigo do acordo de subvenção n.º 730253. https://www. visca.eu/

(4) VITIGEOSS Este projeto recebeu financiamento do programa de investigação e inovação Horizonte 2020 da União Europeia ao abrigo do acordo de subvenção n.º 869565. https:// vitigeoss.eu/

(5) G.O.T.A. - https://www.advid.pt/pt/ gota-gerir-operacionalizar-e-transferiruso-eficiente-da-agua-na-vinhabeneficiar-de-cada-gota

(6) NSAC Projeto 17736 - POCI-010247-FEDER-017736, cofinanciado pelo Programa Operacional COMPETE 2020 no âmbito do Programa PORTUGAL 2020. https://pt.symington.com/ inova%C3%A7%C3%A3o/indigenousyeast-study

(7) Q-AD4PurePort - Projeto 39956 - POCI-01-0247-FEDER-039956, cofinanciado pelo Programa Operacional COMPETE 2020 no âmbito do Programa PORTUGAL 2020. https://pt.symington. com/inova%C3%A7%C3%A3o/estudode-aguardentes-vinicas/280

(8) VINE & WINE Projeto nº C644866286-00000011 https://sites. google.com/multisector.pt/vwpt-divulg/ home

DSSs | Sistemas de Apoio à Decisão para práticas de viticultura e enologia O propósito do projeto consiste em estabelecer uma camada de serviços inteligentes que atue como elo entre um ecossistema de dados nacional e uma interface avançada, envolvendo os diversos intervenientes na vinha e na produção de vinho. O objetivo é proporcionar uma gestão abrangente e integrada, tanto de forma horizontal como vertical, ao longo de toda a cadeia de produção. Além disso, pretende-se integrar os resultados alcançados no âmbito desta Agenda Mobilizadora.

BUGS | Recolha e estudo de culturas microbianas para a indústria vitivinícola O objetivo deste projeto é criar uma coleção de recursos microbianos endógenos para impulsionar a inovação e desenvolver produtos, serviços e soluções avançadas de base biológica, procurando adicionar alto valor acrescentado, e aumentar a competitividade e sustentabilidade da indústria vitivinícola portuguesa. O projeto envolve o acesso a recursos validados, incluindo microrganismos e dados associados, com foco no desenvolvimento de ferramentas de base biológica para mitigar os efeitos das alterações climáticas na qualidade do vinho.

ZE-WAVE | Reutilização de águas residuais em adegas e captura de CO2 Este projeto tem como objetivo desenvolver um sistema de tratamento de águas transportável para proporcionar uma etapa adicional de tratamento aos efluentes previamente tratados em ETAR biológica, tornandoos seguros para reutilização em atividades como a limpeza de equipamentos ou irrigação. Adicionalmente, o projeto inclui a captura e o sequestro de CO2 que é libertado nas fermentações. O objetivo é otimizar a conversão do CO2 em carbonato de cálcio, que pode ser reutilizado localmente, para corrigir a acidez do solo.

VIN.ES Monitorizar | Aplicação para gestão e monitorização dos serviços dos ecossistema O objetivo deste projeto é estabelecer uma plataforma para integrar informações sobre biodiversidade e serviços dos ecossistemas. Além disso, procura desenvolver práticas de gestão de ecossistemas, que incluem o controlo de vegetação rasteira, a monitorização de pragas e inimigos naturais, e a identificação das melhores práticas de gestão de encosta, zonas húmidas, florestas e outros elementos ecológicos.

iii. Ar iii.i. I&D 88 5.
89
6.

Transição Climática Caminho para a neutralidade carbónica

90 iii. Ar
91

iii. Ar iii.ii. Transição Climática

7. A nova linha de engarrafamento de Stº António é um dos equipamentos mais avançados do seu género em termos da sincronização dos sistemas integrados, necessários para encher, rolhar, rotular e embalar garrafas.

Embora a redução das emissões de gases com efeito de estufa seja um objetivo bem conhecido, ainda há muito trabalho a fazer em todos os setores da economia para atingir as metas climáticas globais e evitar um aquecimento catastrófico.

Neste artigo abordamos as principais medidas de redução das emissões. No que respeita ao nosso perfil de carbono, em 2022, cerca de 95% das nossas emissões são provenientes da cadeia de valor (âmbito 3), aproximadamente 3% correspondem às emissões da nossa atividade (âmbito 1), e apenas 2% são relativas à aquisição de eletricidade (âmbito 2).

Sensivelmente, 40% das emissões de âmbito 1 resultam do uso de viaturas, próprias e ao serviço da empresa. Estamos a trabalhar na revisão da nossa política de frota e de mobilidade, em particular nos temas que dizem respeito à substituição e aluguer de viaturas, aos procedimentos de gestão operacional, bem como ao modelo de partilha de viagens, para atualizar estes critérios tendo em consideração o contexto atual. Terminamos o ano de 2022 com cerca de 17% da frota composta por veículos elétricos ou híbridos, que permitiram evitar, num ano, o equivalente a 9 toneladas de CO2 para a atmosfera. Ao mesmo tempo, temos instalado pontos de carregamento de veículos nas nossas instalações, contando com 16 unidades nas instalações de Gaia e com 4 no Douro. Em breve serão colocadas mais 10 unidades nas instalações do Douro, onde ainda são escassos os pontos de carregamento público.

No que se refere a emissões do âmbito 2, resultantes da aquisição de eletricidade, estamos a reforçar a produção de eletricidade renovável de forma que o autoconsumo atinja, a breve trecho, 25% das nossas necessidades. Em 2022, instalamos em 7 locais um total de 600kWp em painéis fotovoltaicos, dando prioridade às instalações que são grandes consumidoras de eletricidade como os centros de engarrafamento e algumas adegas. Por outro lado, estamos a alimentar os novos sistemas de irrigação com painéis solares, reduzindo substancialmente os custos e a pegada carbónica associados a esta atividade. Ao mesmo tempo, temos dedicado esforços na avaliação criteriosa do mercado de eletricidade, procurando as melhores ofertas e garantias de um fornecimento de energia verde com certificados de origem.

fornecidas localmente (~10 km)

O nosso plano de transição climática contempla três grandes dimensões: medidas de redução de emissões ao longo da cadeia de valor, medidas de adaptação climática inerentes ao negócio e, medidas de sequestro de emissões, de base natural e de base tecnológica. *

peso médio por garrafa (75cL)

Programa de aligeiramento

2020-2022

8

modelos

1 vinho tranquilo & 7 vinhos do porto

7 897 980

Garrafas Status 2022 garrafas

- 88g

vidro por garrafa (média)

das garrafas (75cL)

* as nossas garrafas de vinhos tranquilos estão com peso médio 427g por garrafa (75cL)

Relativamente, ao âmbito 3, as emissões decorrentes da compra de garrafas representam cerca de 30% do total das nossas emissões, sendo a fonte que individualmente mais contribui para a pegada de carbono. Neste sentido, em 2019, lançamos um programa de aligeiramento das nossas garrafas que deu prioridade aos modelos com maior impacto carbónico. O total de aligeiramento dos 8 primeiros modelos, resulta num potencial de redução de 700 toneladas de vidro, que correspondem a cerca de 566 toneladas de CO2 que é evitado.

vidro reduzido

566 tCO2e

699 t evitadas

92
7.
93

Atualmente o peso médio de todas as nossas referências de garrafas para vinhos tranquilos encontra-se nos 427 gramas, muito próxima da meta dos 420 gramas, amplamente aceite como peso máximo para uma garrafa considerada leve, nesta categoria de vinhos.

No que diz respeito aos restantes componentes da embalagem, que têm um peso de 5% no total das emissões, desenvolvemos linhas de orientação para a sua seleção, assentes nos princípios da circularidade e da menor pegada de carbono. Cada novo componente de embalagem é avaliado tendo em consideração o seu ciclo de vida, em particular sobre os impactos associados com a origem das matérias-primas, a incorporação de reciclado, a aptidão para a reciclagem, bem como o contexto atual em termos de recolha e tratamento no seu fim de vida.

Por outro lado, uma parte importante das nossas emissões está intrinsecamente ligada à produção do Vinho do Porto, isto é, cerca de 8% da nossa pegada de carbono resulta da compra de aguardente vínica. Neste sentido, os nossos fornecedores de aguardente são uma prioridade na procura por conhecer o seu desempenho climático e o seu plano de descarbonização.

A compra de uvas também representa uma fatia importante ao contribuir com 12% da nossa pegada de carbono. Neste domínio, temos um plano a 3 anos onde pretendemos chegar a cerca de 60 dos nossos maiores lavradores num trabalho de levantamento de boas práticas agrícolas e de colaboração para a melhoria do seu desempenho em termos de sustentabilidade.

Acreditamos que a transição climática constitui uma oportunidade, em especial para o setor vitivinícola, de transformação tecnológica e de adaptação do negócio para o futuro.

International Wineries for Climate Action

A International Wineries for Climate Action (IWCA) é uma associação de empresas de vinho comprometidas em reduzir as emissões de carbono em toda a indústria vinícola. Juntámo-nos ao IWCA em janeiro de 2020 e alcançámos grandes progressos na redução das nossas emissões de carbono, conseguindo a categoria Silver Member — um testemunho do nosso compromisso com este desafio partilhado.

Os produtores de vinho enfrentam as mesmas ameaças climáticas, independentemente do continente onde estão. Ao integrar o IWCA, tornámonos parte de um canal para a troca aberta das mais recentes tecnologias, conhecimentos agronómicos e informações para melhorar as estratégias de redução de emissões de carbono. O IWCA comprometeu-se com a Race to Zero, estabelecendo metas para reduzir as emissões de carbono para atingir a neutralidade carbónica em 2050.

Acreditamos que o movimento coletivo das empresas de vinho na procura por soluções de adaptação e de mitigação às alterações climáticas, assentes em pressupostos rigorosos e verificáveis, é o caminho para que o setor possa constituir um caso de estudo na descarbonização da agricultura.

Vindima 2022 na Quinta
Rob Symington Marketing & Sustainability Director Cavadinha. 94
8. iii. Ar iii.ii. Transição Climática da 8. 95
“Se os produtores de vinho em todo o mundo continuarem a arregaçar as mangas, como muitos já estão a fazer, e
a adotar estratégias de sustentabilidade verdadeiramente ambiciosas, acredito que coletivamente iremos olhar para trás e afirmar que o sector vitivinícola foi verdadeiramente uma força para o bem.”

Biodiversidade Explorar a Sabedoria da Natureza

96 iii. Ar
97

iii.

9. Dedaleira-do-Douro (Digitalis purpurea ssp amandiana) em todo o mundo só existe na região do Douro. Prospera nos grandes afloramentos graníticos da Quinta do Vesúvio, no seu lado poente.

Página seguinte: Câmara instalada na Quinta do Vale de Malhadas para monitorização de fauna selvagem. Corço

Um ecossistema, pela sua riqueza biodiversa, é um fornecedor natural de serviços cruciais à vida na Terra, decisivos na produção de alimentos, na regulação do clima, na proteção contra doenças, nos ciclos de nutrientes, na produção de oxigénio, entre os mais importantes.

As nossas quintas são mosaicos onde convivem diferentes ecossistemas que queremos proteger e potenciar, por meio de uma intervenção responsável e pela aplicação de medidas capazes de incrementar valor ecológico. As áreas naturais das nossas propriedades estendem-se por 804 hectares, representando cerca de 32% do total da área e são cobertas por floresta mediterrânea, matos incultos, arbustivas autóctones e ripícolas. Um dos nossos objetivos no âmbito da biodiversidade é a implementação de um plano de gestão da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas em cada uma das propriedades. Para a sua concretização, é essencial avaliar o estado atual de preservação da paisagem, inventariar as espécies de fauna e flora selvagem e aferir a qualidade dos habitats. Os cerca de 470 hectares que compõem a Quinta do Vesúvio e a Quinta do Vale de Malhadas, situadas junto à margem do rio Douro, constituem a primeira área de estudo, onde estamos a monitorizar espécies de fauna e flora nas zonas naturais e cultivadas. Com o apoio de biólogos especializados, procuramos espécies de mamíferos, aves, insetos e plantas que sejam indicadoras da qualidade ecológica e do estado de conservação dos habitats presentes. Pretendemos assim construir uma base de conhecimento que incorpore os indicadores-chave na caracterização dos ecossistemas, as práticas existentes, as ações desenvolvidas, bem como novos requisitos que surjam na regulamentação. Para cada propriedade vai ser possível traçar um perfil de biodiversidade evolutivo, sistematizado e comparável, que constitui informação muito útil no apoio à decisão estratégica e ao reporte de sustentabilidade. Já no Alto Alentejo, a nossa Quinta da Fonte Souto, situada no sopé da Serra de São Mamede, possui uma mancha florestal de 100 hectares que cobre cerca de 48% do total da propriedade. A sua localização, associada a condições geológicas e edafo-climáticas peculiares, contribui decisivamente para a riqueza da fauna, da flora e dos habitats que já conseguimos identificar. Desde 2018 que temos implementado as orientações expressas no plano de gestão florestal desta propriedade. As medidas, dispersas por um horizonte temporal de 20 anos, são a evidência de uma gestão sustentável que tem em linha de conta critérios ambientais, sociais e económicos do seu contexto.

Compromissos para a Biodiversidade

I. Estabelecer um plano de gestão da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas

haII. Quinta da Fonte Souto – complementar o plano de gestão florestal com a introdução dos requisitos essenciais ao reconhecimento desta como uma base natural de remoção de carbono

III. Promover anualmente iniciativas de voluntariado no âmbito da proteção da biodiversidade por via ações de inventariação de espécies (Bioblitz)

Espécies com interesse de conservação ou endémicas encontradas na Quinta do Vesúvio e na Quinta do Vale de Malhadas

1. Abelha-das-flores-afim (Anthophora affinis)

2. Abelha-cuco-de-asas-negras (Stelis phaeoptera)

3. Abelha-pedreira-nariguda (Osmia nasoproducta)

4. Dedaleira-do-Douro (Digitalis purpurea ssp amandiana)

5. Escamónia-de-montepelliert (Cynanchum acutum)

6. Polígono-anfíbio (Polygonum aquaticum)

7. Chasco-preto (Oenanthe leucura)

8. Abutre-do-egipto (Neophron percnopterus)

9. Corço (Capreolus capreolus)

98
Ar iii.iii. Biodiversidade 9. 99
1. 2. 3. 7. 8. 9. 6. 4. 5. de área natural

Património A nossa paixão há

140 anos

102 iii. Ar
103

10. Museu

de visitas das caves Cockburn's.

11. Capela na Quinta dos Canais.

10.

Somos detentores de um legado patrimonial muito vasto, de grande valor cultural e natural. Grande parte das nossas propriedades estão situadas em áreas classificadas. Na Região Demarcada do Douro, cerca de 70% da área total das nossas propriedades encontra-se dentro do perímetro, ainda mais especial, classificado pela UNESCO como Património Mundial. As nossas caves, escritórios e centros de engarrafamento estão situados em pleno centro histórico da cidade de Vila Nova de Gaia. No Alentejo, a Quinta da Fonte Souto encontra-se dentro do Parque Natural da Serra de São Mamede, que integra a Rede Nacional de Áreas Protegidas. Mais recentemente, adquirimos na Região dos Vinhos Verdes uma magnífica propriedade com cerca de 27 hectares de vinha e com uma icónica casa senhorial do século XVII.

Desde sempre que cuidamos com muito afinco o nosso património. A custódia de todo o espólio edificado, a sua conservação e preservação, só é possível com o trabalho dedicado de uma equipa interna de arquitetos e engenheiros civis que pensam o rejuvenescimento de cada espaço sobre duas premissas: a leitura da singularidade do local e a procura por adicionar inovação, para melhorar o seu desempenho, principalmente, nos domínios energético e hídrico, mas também social e de bem-estar das pessoas.

Anualmente, a Symington define uma vasta lista de projetos de remodelação que visam a valorização das infraestruturas existentes em contextos tão diversos que vão desde o uso agrícola, industrial até à utilização para enoturismo. Temos adaptado os nossos escritórios para as novas tendências do trabalho. Foram introduzidas tecnologias inteligentes nas salas de reunião para permitir que todos participem com a mesma qualidade, quer estejam remota ou presencialmente. Com o aumento de escritórios em formato open space foram criadas cabines acústicas para garantir o conforto e a privacidade dos espaços.

A manutenção dos edifícios ocupa uma importante parte dos recursos afetos à gestão do património. Nos últimos anos foi grande o nosso investimento na substituição dos telhados de vários armazéns históricos onde resultaram ganhos significativos no comportamento térmico dos edifícios. Também as coberturas das unidades de engarrafamento foram totalmente remodeladas, melhorando substancialmente em termos de conforto térmico e acústico.

Cada local conta uma história à qual vamos adicionando novos capítulos para que se mantenha vivo, atual e perfeitamente integrado.

Adega de Baixo Impacto

Em 2019 definimos a nossa estratégia de sustentabilidade e lançamos as metas para 2025, onde incluímos o objetivo de certificar a adega do Ataíde, à data em fase de estudo prévio, conforme o referencial LEED Leadership in Energy and Environmental Design. A certificação LEED é mundialmente reconhecida para edifícios verdes, altamente eficientes e de custos controlados.

A certificação LEED v4 constituiu um desafio muito empolgante, por ser uma oportunidade de desenhar e construir uma adega que se tornasse num caso de estudo para a sustentabilidade. Ao procurar, por um lado, amplificar os efeitos positivos que surgem da adição de uma nova atividade e, por outro, mitigar os impactos negativos de um novo edifício em todas as fases de construção e ao longo da sua utilização.

A adega do Ataíde ficou concluída a tempo da vindima de 2023 e os enólogos são unânimes em afirmar, que se abriu um novo capítulo na produção de vinhos tranquilos na Symington, onde se conjugam uvas de excelente qualidade, tecnologia de ponta e uma cuidada integração ambiental e social. Com o culminar da construção da nova adega estamos certos que cada próximo projeto levará consigo todas as lições de carácter rigoroso e holístico que apreendemos do referencial LEED.

do centro
104 iii. Ar iii.iv. Património 105
11.

Ataíde, a nossa nova adega de baixo impacto

Construção de Baixo Impacto

Formação das equipas em obra sobre boas práticas em temáticas de segurança no trabalho, procedimentos ambientais e de organização do estaleiro.

Design Holístico

Integração paisagística a forma do edifício, a sua localização e a cobertura vegetal foram pensadas para que o edifício ficasse integrado na paisagem natural, alinhado entre os vinhedos biológicos.

Vegetação autóctone Jum cuidadoso arranjo em redor do edifício, através da escolha de espécies arbustivas e arbóreas nativas — Junípero, Medronheiro, Pilriteiro, Esteva, Alecrim, Azinheira, Sobreiro, Carvalho-cerquinho — totalmente adaptadas ao ecossistema.

Bacias de biorretenção que têm como finalidade a condução e infiltração de todas as águas pluviais que caiem sobre o local, incluindo coberturas e arruamentos, evitando a escorrência de águas para fora dos seus limites.

Cobertura e fachada verde com uma área de cobertura de 2.700m2 com cerca de 15.500 plantas constituídas por 28 espécies diferentes, que resultaram de um processo de germinação de sementes recolhidas localmente.Luz e ventilação natural edifício com orientação solar norte/ poente, com 24 claraboias que permitem ventilação e um nível de transmissão luminosa superior a 70%, dispensando, na maior parte dos dias, a iluminação artificial da nave de fermentação 106

Gestão de encomendas que prioriza a prevenção de sobras através da devolução de material excedente e de taras retornáveis.

Materiais com impactos ambientais caracterizados através seleção de materiais de acordo com critérios assentes no seu ciclo de vida.

Proteção das áreas circundantes da movimentação de máquinas, poeiras e efluentes, prevenindo a erosão do solo e reduzindo os efeitos das atividades de construção.

Reaproveitamento de resíduos de construção e de demolição processo de incorporação de resíduos em obra minimizando o desperdício e a procura de materiais virgens.

Monitorização dos impactos com início na fase de obra, através da contabilização mensal do consumo de água, eletricidade, combustíveis e de todas as tipologias de resíduos.

Gestão de resíduos com triagem, identificação e armazenamento por tipologias, permitindo a recolha seletiva e valorização por operadores de gestão de resíduos.

Isolamento térmico e acústico área de barricas com paredes duplas e caixa de ar em lã-de-rocha. Área técnica com bloco isolsónico® e teto lã-de-rocha para absorção acústica.

ÁGUA

Soluções eficientes de utilização

Formação e sensibilização das equipas nos procedimentos de limpeza

Limpezas a seco e com equipamentos de pressão

ENERGIA

Fatores-chave para a eficiência

Todas as operações da adega abastecidas por produção própria renovável

Isolamento das tubagens e vidros com proteção solar

Unidades de espuma-detergente

Reutilização das águas de enxaguamento

Compressores e bombas com variadores de velocidade

Iluminação natural e artificial LED dimável

Equipamentos sanitários de elevada eficiência hídrica

Sistemas automatizados no tratamento de água e de águas residuais

Equipamentos de última geração e sensores de temperatura

Estacionamento coberto por pérgola verde, com carregamento elétrico

Enologia Eficiente

Proximidade às vinhas a adega está posicionada no meio das vinhas, permitindo um acompanhamento permanente da evolução do processo de maturação e do desenrolar da colheita e um intervalo de tempo curto entre o corte da uva e a sua entrada em processo.

Nova geração de chillers que utilizam o gás R32. Com ganhos ambientais e de eficiência energética, pois tem maior capacidade de refrigeração, e um potencial de aquecimento global 30% abaixo do gás R410a, habitualmente usado.

Sistema de air-mixing é uma inovação que permite uma remontagem completa dos mostos. Através da injeção de ar é criado um movimento ondulatório potente e, ao mesmo tempo, suave que descompacta completamente a manta. Gestão técnica centralizada área dedicada com quadros de gestão que controlam equipamentos de climatização, ventilação, iluminação, sensorização de CO2 e de humidade, controlo de consumos energéticos e consumos de água.

Comunidade Viva

Economia local privilegiamos as compras locais e o fornecimento de serviços de alojamento, catering, limpeza, entre outros, por empresas da região.

Atração de talento esta adega aporta mais uma oportunidade de atrair quadros técnicos que se identificam com os valores da empresa.

Caso de estudo esta adega constitui um ativo da região no apoio à formação e desenvolvimento dos alunos.

Oportunidades de trabalho direto e indireto numa região com graves problemas demográficos.

Enoturismo sustentável através da criação de experiências vínicas imersas na paisagem, trilhos e pontos estratégicos para a observação de fauna selvagem.

iii. Ar iii.iv. Património
107

B Corporation Construir um futuro melhor

108 iii. Ar
109
“Decidimos ser uma B Corp porque é a certificação de sustentabilidade mais abrangente do mundo. Demonstra o nosso compromisso em melhorar continuamente a forma como trabalhamos e o impacto no mundo à nossa volta, desde a vinha até à garrafa."

No mundo atual, as empresas com maior probabilidade de sucesso são aquelas que se comprometem com as suas comunidades locais e que protegem os ecossistemas naturais. Este compromisso com as pessoas e o planeta é essencial para as empresas com uma visão de longo prazo - é um dos nossos princípios e uma das razões pelas quais, enquanto empresa vinícola, decidimos ser uma B Corporation.

A certificação B Corp é atribuída a empresas que cumprem os mais elevados padrões de desempenho social e ambiental, transparência e responsabilidade legal que procuram o equilíbrio entre o lucro e o propósito. A certificação não se baseia apenas no que a empresa produz ou vende, mas principalmente na forma como conduz os seus negócios. Isto significa que uma B Corp é avaliada com base em todo o seu modelo de negócio, na sua abordagem de governança, incluindo a sua missão, onde é claro o contributo positivo para a sociedade, aliado a um baixo impacto ambiental.

Somos conhecidos pela nossa atitude de preocupação com a natureza, as pessoas e os parceiros comerciais. O Rob Symington, membro da 5.ª geração da família, juntou-se à empresa em 2017, vindo de uma experiência empresarial em Londres, onde a responsabilidade social das empresas e a sustentabilidade já andavam de mãos dadas. Ao constatar o nível de desempenho ambiental e social da Symington, foi possível antever que a Symington estaria preparada para ser uma B Corp. Neste sentido, em 2019, iniciámos o nosso processo de certificação B Corp através de uma autoavaliação em cinco grandes categorias:

governança, trabalhadores, comunidade, ambiente e clientes. Obtivemos um ótimo desempenho nas categorias de ambiente e trabalhadores. Por outro lado, as categorias que ofereceram maior margem de progressão foram governança e comunidade. Neste contexto, desenvolvemos um plano de ação para melhorar o nosso desempenho, dando especial foco aos tópicos relacionados com a cadeia de abastecimento.

Atualmente, estamos nas fases finais do processo de recertificação, que estará concluído em breve. Estamos muito satisfeitos com as melhorias que já realizámos em áreas como desenvolvimento de carreiras, gestão de clientes, gestores com responsabilidades na missão, entre as mais relevantes.

Com a certificação B Corp pretendemos não só obter uma avaliação de terceira parte baseada em normas internacionais garantindo um alto nível de desempenho, mas também a oportunidade de receber orientações específicas que garantam uma melhoria contínua em todas as fases da nossa atividade.

Ser uma empresa B tem sido uma experiência transformadora para nós. Ao adotarmos o modelo B Corp, demonstrámos que é possível as empresas serem rentáveis e, ao mesmo tempo, terem um impacto positivo no mundo.

12.
110 iii. Ar iii.v. B Corporation
12. Reunião anual dos gestores, adega do Ataíde, junho de 2023
111
Avaliação de Impacto B 2019

Royal Warrant Uma rede de negócios responsáveis

114 iii. Ar
115

iii. Ar iii.vi. Royal Warrant

13. Em 2013, Sua Majestade a Rainha Elizabeth II, na Lista de Honras do Ano Novo, concedeu a Johnny Symington o MBE (Membro da Mais Excelente Ordem do Império Britânico) pelos seus serviços às relações anglo-portuguesas e à comunidade britânica no norte de Portugal. Johnny recebeu a distinção do Príncipe Charles numa cerimónia realizada no Palácio de Buckingham, a 1 de fevereiro de 2013.

14. Bernardo Marques, um dos nossos tanoeiros.

O Royal Warrant conferido por Sua Majestade a Rainha Isabel II à Symington Family Estates em 2017, especificamente à marca Graham's, é uma distinção significativa e prestigiosa. Este alvará de fornecimento à Casa Real britânica é atribuído a empresas que demonstram um histórico comprovado de qualidade e compromisso com critérios rigorosos de sustentabilidade na produção de bens ou serviços.

A obtenção do Royal Warrant envolve um processo de avaliação meticuloso e renovável a cada cinco anos. Durante esse processo, as empresas são avaliadas em vários aspetos, abrangendo desde a utilização de recursos naturais renováveis até à gestão da cadeia de abastecimento, minimização de resíduos, tratamento justo das pessoas e normas de bem-estar animal, entre outros.

O reconhecimento pela Casa Real britânica destaca o nosso empenho em produzir vinhos do porto de excelente qualidade, respeitando os princípios da sustentabilidade e preservando a tradição e cultura ancestrais. Esta distinção reforça não apenas a reputação da marca Graham's, mas também ressalta a importância do compromisso contínuo com práticas comerciais responsáveis e ambientalmente conscientes.

116
117 14.
13.

Pessoas

Um eco coletivo

122 iv. Terra 123

A nossa convicção é de que a sustentabilidade deve ser um processo intrínseco, refletindo-se na construção de relações equilibradas e consistentes. Neste sentido, procuramos uma abordagem saudável e estimulante que visa criar um ambiente de trabalho onde os colaboradores não apenas se sintam valorizados e apoiados, mas também se sintam motivados a adotar o mesmo comportamento e atitude perante os nossos clientes e parceiros.

80%

Avaliação

A reciprocidade construtiva que promovemos está alicerçada no respeito mútuo, que é um dos nossos valores fundamentais.

O nosso comprometimento com a saúde e segurança dos colaboradores é sólido, refletido numa equipa técnica dedicada à gestão do sistema de saúde e segurança no trabalho, certificado conforme a norma ISO 45001. Esta certificação resulta de uma política interna de saúde e segurança no trabalho que inclui formação e sensibilização contínuas dos colaboradores em questões de saúde e segurança, avaliações sistemáticas aos riscos de segurança, auditorias internas e externas, inquéritos anuais de segurança, entre outros aspetos.

Dada a natureza sazonal de algumas atividades, que implica o recurso ao trabalho temporário, dedicamos especial atenção à prevenção de acidentes de trabalho, reforçando a formação destes trabalhadores. No âmbito da saúde ocupacional, contamos com uma equipa médica que oferece cuidados de saúde ocupacional e curativa, acompanhando todos os colaboradores por meio de consultas e exames médicos, assim como visitas periódicas ao local de trabalho para avaliações de risco de segurança e saúde.

Mulheres em cargos de liderança (Director/Head of Department/Senior Manager/Manager)

Trabalhadores Efetivos

1.

Quanto ao envolvimento e satisfação dos colaboradores, implementamos diversas estratégias para promover uma abordagem centrada nas pessoas. A flexibilidade de horário e o teletrabalho são opções que permitem aos nossos colaboradores adaptar os seus padrões de trabalho às necessidades pessoais, promovendo o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Além disso, esta iniciativa visa incentivar um estilo de vida mais saudável, promovendo a adoção de soluções de mobilidade mais amigas do ambiente, como o uso de transportes públicos, bicicletas ou deslocações a pé para o trabalho. Valorizamos também o desenvolvimento profissional e a progressão na carreira dos colaboradores, evidenciado pelo nosso sistema de gestão do desempenho, incentivo à mobilidade interna e promoções, bem como pela criação e disponibilização de

124 iv. Terra iv.i. Pessoas
125
global de satisfação dos colaboradores, 2019

Manager

Senior Manager

Head of Department

33 Incidentes de trabalho

28 Índice de frequência

85 Participantes

3 400 Total de horas

Média de horas de formação por género

homens

mulheres

7 755h

Total de horas de formação, 2022

1. Página anterior: Prémio para a melhor equipa das linhas de engarrafamento, 2º semestre de 2022.

2. Exercício de simulacro de emergência, outubro 2022.

3. Picnic anual da Symington, julho 2023.

por 1 000 000 horas trabalhadas

oportunidades de desenvolvimento profissional e apoio à formação contínua. Esta abordagem promove um ambiente de trabalho orientado para a aprendizagem e desenvolvimento contínuo, onde os colaboradores se sentem motivados para desenvolver as suas competências e evoluir na organização.

Em 2023, desafiamos a Porto Business School a desenvolver o programa UP GRAPE - Generations Rising Abilities Performance Evolution. Este programa, centrado no desenvolvimento dos colaboradores, parte da premissa de que a formação é uma ferramenta estratégica crucial para o crescimento, produtividade e capacidade em retermos talento. O UP GRAPE foi concebido para oferecer percursos formativos flexíveis, alinhados com os desafios do negócio e dos mercados, desafiando os nossos colaboradores para as novas tendências e metodologias, promovendo a aquisição e desenvolvimento de competências alinhadas com as exigências atuais e futuras.

Acreditamos também que uma matriz organizacional robusta, apoiada por um processo sistemático de qualificação de funções, é fundamental para garantir que todas as posições são avaliadas de forma justa e consistente. Isso conduzirá a uma estrutura de remuneração e reconhecimento mais equitativa, essencial para a satisfação e retenção dos colaboradores, bem como para a criação das bases de um planeamento eficaz da sucessão. Estamos, por isso, a realizar uma revisão da nossa matriz organizacional e do processo de avaliação de funções, ferramentas fundamentais na otimização da nossa estrutura organizacional e na nossa capacidade para potenciar o desempenho dos colaboradores, assegurando o sucesso a longo prazo.

A nossa abordagem às pessoas e às equipas valoriza a equidade, a inclusão e a diversidade, promovendo uma cultura empresarial coesa e assegurando que o empenho e o compromisso são reconhecidos, recompensados e retribuídos de forma igualitária.

126 iv. Terra iv.i. Pessoas
Programa UP GRAPE
127
2. 3. 2022

Lavradores

e Fornecedores

Relações fortes

128 iv. Terra
4.
129
“O Eng. Miguel é uma mais valia muito grande para nós. É uma pessoa que conhece muito bem o Douro e as nossas dificuldades. Temos experiência, ele dá-nos o conhecimento técnico. Foi uma grande aposta da Symington, porque nós precisávamos!”
Carlos Manuel Faria, nosso lavrador desde 1999

70%

Dos nossos fornecedores estão localizados até 80km

Fornecedores significativos avaliados quanto ao seu impacto social e ambiental

Na base de qualquer negócio estão as relações comerciais entre fornecedores e compradores. Acreditamos que a confiança é condição determinante para relações comerciais duradouras. Foi na base da confiança que nasceram as relações comerciais no Douro, entre lavradores e produtores de Vinho do Porto. Negócios fechados com palavra e apertos de mão. Na compra de uvas, ainda hoje não existem contratos firmados, relações com décadas de existência, transformaram-se em proximidade e amizade.

Todos os anos compramos a mais de 1000 lavradores, a grande maioria deles pequenos viticultores, abaixo dos 3 hectares de vinha e com avançada faixa etária. Por outro lado, a sua situação económica tem-se fragilizado ao longo das últimas décadas, havendo casos em que a venda das uvas tem um impacto significativo na subsistência familiar. Neste contexto, temos uma política comercial de compra de uvas para Vinho do Porto que assenta em critérios de qualidade bem estabelecidos, garantindo não só pagamento de um valor justo e alinhado com o mercado, como também a majoração das uvas de melhor qualidade, o pagamento dos transportes das uvas para as nossas adegas,

a possibilidade de pagamento adiantado meses antes da vindima e toda a gestão administrativa associada ao processo de compra.

Por outro lado, decidimos desde 2016 dedicar um técnico de viticultura ao apoio aos nossos lavradores, possibilitando ajuda técnica na gestão da vinha, bem como na promoção de ações de sensibilização no âmbito das melhores práticas agrícolas. Dependemos muito das uvas que compramos e, neste sentido, queremos garantir o melhor desempenho ambiental dos nossos lavradores. Durante os próximos anos vamos organizar sessões individuais com os nossos lavradores com foco nas boas práticas de sustentabilidade para identificar oportunidades de melhoria. Contamos numa primeira fase poder chegar a 50% da nossa compra.

Por outro lado, no domínio fabril contamos igualmente com longas relações comerciais, nomeadamente, com o setor da cortiça, com o setor do vidro e com o setor dedicado à produção de aguardente vínica, onde se incluem os nossos fornecedores de maior criticidade para o negócio.

Somos uma empresa certificada em segurança alimentar conforme o referencial BRCGS, reconhecido pela Global Food Safety Initiative (GFSI) como uma ferramenta que assegura a gestão da segurança, da integridade, da legalidade e da qualidade alimentar por meio de controlos operacionais em toda a cadeia de valor.

4. Página anterior: Miguel Sousa é um dos técnicos de viticultura e tem a responsabilidade de prestar apoio técnico aos nossos lavradores. Carlos Manuel Faria é nosso lavrador desde 1999.

Neste sentido, temos implementado um procedimento de avaliação dos nossos fornecedores de alto risco, por via de auditorias nos temas da qualidade, segurança alimentar, fraude e defesa alimentar, práticas ambientais e de segurança e saúde dos seus colaboradores. Esta avaliação integrará, em breve, temas materiais focados nos princípios gerais de sustentabilidade, visando caracterizar o perfil de cada fornecedor neste domínio. Serão considerados temas como, políticas internas, proximidade local, impacto na comunidade, compras responsáveis, pegada carbónica, entre outros, alargando assim os requisitos de gestão responsável, à nossa cadeia de valor. Para nós é muito importante poder trabalhar com fornecedores que têm objetivos alinhados com a agenda climática. Neste sentido, em 2019 dedicamos o nosso fórum anual de fornecedores de materiais de embalagem à temática da sustentabilidade, no qual apresentamos as nossas metas de sustentabilidade, as principais preocupações e os princípios-base na criação de uma embalagem de baixo impacto. Estamos empenhados em ter uma cadeia de fornecimento forte e comprometida na transição climática, na procura por reduzir os impactos ambientais e os desequilíbrios sociais. Que juntos possamos fazer parte de um movimento firme em defender e fazer prosperar uma região, uma comunidade e um produto inigualáveis.

130 iv. Terra iv.ii. Lavradores e Fornecedores
131
Lavradores

Consumidores

Escolhas conscientes

132 iv. Terra
133
Gostamos

de pensar

que os nossos vinhos falam por nós. São embaixadores de um património natural e cultural singular.

Cada colheita encerra em si o diálogo constante que mantemos com a natureza, a procura por retirar o melhor de cada casta e todo o empenho na criação de um blend que supere as expectativas dos apreciadores.

Estamos por isso comprometidos na produção de um produto cultural identitário, de excecional qualidade, cujo valor acrescentado advém do nosso cuidado pelas pessoas e pela promoção de uma economia local próspera e duradoura.

Dispomos de um sistema integrado de gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança sobre o qual alicerçamos as nossas políticas, garantindo a consistência dos processos, bem como agilidade no cumprimento de requisitos legais, normativos e dos clientes. No domínio da Segurança Alimentar temos dado particular foco às dimensões da Fraude Alimentar e da Defesa Alimentar através da capacitação das equipas, da análise de riscos e na determinação de medidas preventivas e de mitigação que salvaguardem a autenticidade e a integridade dos nossos vinhos. Todos os processos de produção estão suportados por um sistema de rastreabilidade capaz de devolver, em poucas horas, todo o historial de um lote até à sua origem.

Consideramos que a proteção do consumidor começa com um modelo de informação transparente, robusto e confiável. Neste sentido, cada vinho através do seu rótulo disponibiliza informação sobre identificação do engarrafador, origem das matérias-primas, composição alergénica, teor alcoólico, consumo desaconselhado a grupos de risco, como grávidas e menores de 18 anos, entre os mais relevantes. Presentemente, estamos a adaptar os nossos rótulos para o cumprimento do novo quadro legal de rotulagem que prevê a inclusão de nova informação útil ao consumidor como lista de ingredientes, informação nutricional e dados ambientais relacionados com a composição e destino-final da embalagem. A utilização de ferramentas inteligentes de comunicação, como o código QR, vêm permitir a atualização da informação no rótulo, sem desperdício de material. Adicionalmente, temos implementados canais de comunicação que procuram responder eficaz e atempadamente a todas as partes interessadas sobre questões de qualidade, integridade, legalidade, autenticidade, segurança alimentar, ética e responsabilidade civil, relacionadas com a empresa. Estes canais estão formalizados por meio de um sistema de apoio ao cliente focado no tratamento de

reclamações relacionadas com os nossos produtos, de uma linha de emergência permanente 24h dedicada a casos críticos de segurança alimentar e, de um canal de denúncias para o reporte de irregularidades e infrações, por incumprimento de disposições legais, regulamentares e normas da própria empresa, assegurando a proteção do denunciante. Reconhecemos a importância do nosso papel na promoção de um consumo moderado e responsável do vinho, por via de ações que visam a mitigação dos riscos relacionados com o consumo abusivo na saúde e segurança dos consumidores. Estamos empenhados em advogar sobre o consumo de vinho enquadrado numa dieta e estilo de vida mediterrânicos — reconhecidos pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade — que se caracterizam pela ingestão moderada de vinho durante as refeições.

134 iv. Terra iv.iii. Consumers
135
Reclamações por 1 000 000 garrafas vendidas, 2022 10

Comunidade

Financiar o impacto positivo

138 iv. Terra 139
"Há mais de 140 anos que a minha família mantém um compromisso com a região onde vivemos. Como membro da quinta geração sou uma apaixonada beleza do Douro, empenhada em preservar a sua singularidade para as gerações futuras. O nosso Fundo de Impacto é uma importante iniciativa que visa manter o espantoso património do Douro, contribuir para as comunidades locais e proteger uma cultura notável."
Vicky Symington, Graham’s Brand Manager

Em 2020, lançamos o Fundo de Impacto da Symington, alocando a significativa quantia de 1 milhão de euros para impulsionar iniciativas sociais, culturais e ambientais nas regiões onde mantemos as nossas operações. Estes recursos visam promover o bem-estar comunitário, os cuidados de saúde, a conservação ambiental, a preservação do património cultural e o estímulo à educação.

O nosso comprometimento duradouro com a comunidade é evidenciado pela doação de 17 veículos, entre ambulâncias e carros de bombeiros, aos serviços de emergência voluntários locais em todas as cidades e aldeias onde a empresa está presente. Este esforço contínuo destaca a nossa prioridade em atender às necessidades das populações e fortalecer a sua resiliência. A ênfase na educação é claro através do apoio de longa data à Bagos d'Ouro, uma instituição de caridade no Douro dedicada à educação de crianças e jovens desfavorecidos. Além disso, a concessão anual de

106 000€

duas bolsas de estudo para estudantes dos cursos de Enologia e Engenharia Agrícola, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), cobrindo integralmente as propinas por três anos, demonstra o nosso compromisso em apoiar financeiramente e reconhecer o mérito académico dos seus estudantes.

O apoio significativo à proteção da vida selvagem e do meio ambiente é evidente através da colaboração contínua com o Centro de Recuperação de Animais Selvagens (CRAS) da UTAD desde 2011. Por diversas vezes as nossas propriedades no Douro foram os locais escolhidos para a libertação de aves de rapina recuperadas, devolvendo-as à vida selvagem.

A nossa vontade de contribuir para a preservação dos ecossistemas foi reforçada através do apoio à The Ocean Cleanup, uma organização sem fins lucrativos cuja missão é o desenvolvimento e implementação de tecnologias visando limpar 90% da poluição plástica flutuante nos oceanos. Desde 2018, por cada ‘Saco para a Vida’ da Graham's que é vendido, doamos 1 euro a esta causa.

A nossa visão de longo prazo ganha outra dimensão depois da parceria estabelecida com a Rewilding Portugal em 2020. Esta colaboração é um compromisso sólido com a recuperação da fauna e flora selvagem, bem como no fortalecimento das economias locais, por meio dos seus produtos endógenos, promovendo sinergias que impulsionam o desenvolvimento empresarial sustentável.

Em resumo, estas ações coletivas refletem um compromisso integral com o bem-estar das comunidades locais, a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Procuramos ser um agente de mudanças positivas em diversas áreas, reforçando o nosso papel social e ambientalmente responsável.

140 iv. Terra iv.iv. Comunidade
anual de donativos 2020/2021/2022
Média
Proteção e conservação ambiental Bem-estar e saúde da comunidade
5. Fundo
141
Património cultural e educação
de Impacto 2022

Bagos d'Ouro

Sementes do amanhã

“É sempre com orgulho e responsabilidade que fazemos o balanço de cada ano. Com orgulho porque realizamos um trabalho silencioso, mas profundo, numa região tão “fotogénica” mas ao mesmo tempo tão esquecida, tão distante. Com responsabilidade porque o caminho percorrido até agora nos faz perceber que, efetivamente, conseguimos mudar vidas através

da Educação.”

Maria Inês Taveira, Coordenadora Geral do Bagos d'Ouro

6. "A Bagos d´Ouro é importante para mim porque me fez melhorar as notas e estudar mais. No meu Compromisso eu prometi que ia subir as notas e estudar mais, esforcei-me por cumprir e consegui!”

A Bagos d’Ouro começou com um sonho. Sonho de uma sociedade mais justa, de um Douro mais equilibrado, mais equitativo e, sobretudo, mais inclusivo. Onde todas as crianças tivessem igualdade de oportunidades. Em que as novas gerações tivessem um papel ativo na mudança do ciclo de pobreza e exclusão social através da EDUCAÇÃO, a "arma mais poderosa para mudar o Mundo".

A Bagos d’Ouro é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, de iniciativa exclusivamente privada, que nasceu em 2010 com a missão de promover a educação de crianças e jovens da região do Douro, que vivem em situação de carência económica e social, como forma de inclusão social no território.

Desde a sua génese que estamos ligados à história da Bagos D’Ouro, apoiando o alargamento da sua atividade a mais concelhos e a mais crianças e jovens. Neste momento o trabalho da Bagos D’Ouro estende-se por 7 concelhos da região, a combater as desigualdades sociais e a promover a educação e o percurso escolar de mais de 200 crianças e jovens.

Estamos numa total sintonia com a missão da Bagos D’Ouro, pois acreditamos que se cada criança aprender a valorizar a sua região, será no futuro um agente ativo de mudança. Trabalhará, como nós, pelo desenvolvimento de um Douro mais justo e mais coeso.

142
iv. Terra iv.iii. Comunidade i. Bagos d’Ouro
6. 143

Rewilding Portugal

Tornar Portugal um lugar mais selvagem

"A decisão da Symington de estabelecer uma parceria com a Rewilding foi um voto de confiança decisivo. Reconhecemos que a Rewilding Portugal estava ainda numa fase inicial de criação e que ainda não tinha provado o seu valor, pelo que muito apreciámos a disponibilidade da Symington para arriscar em nós.”
Pedro Prata Rewilding Portugal Team Leader

A Rewilding Portugal é uma organização privada, sem fins lucrativos, dedicada à proteção e recuperação de ecossistemas naturais e da vida selvagem. Desde a sua fundação em Portugal, a Rewilding lidera um projeto pioneiro de conservação num corredor de vida selvagem de 120.000 hectares no Grande Vale do Côa, no norte de Portugal, uma região onde as elevadas taxas de abandono de terras criaram oportunidades baseadas nos princípios de rewilding. A Rewilding trabalha em estreita colaboração com as comunidades e associações locais para enfrentar as ameaças do despovoamento rural e da recessão económica, bem patentes nas regiões do interior de Portugal. Partilhamos com a Rewilding a mesma visão de desenvolvimento económico sustentável que beneficie as empresas e as comunidades locais. Um modelo alicerçado no restauro das condições para que a vida selvagem prospere, ao mesmo tempo que explora novas formas de uso do solo, suportado por uma forte componente de educação sobre a importância da conservação e o impacto das nossas ações no ambiente.

A nossa parceria com a Rewilding centra-se em três áreas: proteger e restaurar

habitats naturais, apoiar o desenvolvimento sustentável e promover o património cultural da região.

Temos o prazer de partilhar que esta colaboração com a Rewilding tem sido muito proveitosa e recompensadora. Não só estamos a adquirir conhecimento sobre a melhor forma de promover a biodiversidade nas nossas propriedades, como é muito gratificante ver o resultado do trabalho que desenvolvem no restauro da vida selvagem, bem como na promoção de sinergias comerciais entre pequenos produtores e vendedores locais.

Altano Edição Rewilding

Lançamos esta edição especial para celebrar a interessante colaboração que temos com a Rewilding Portugal. Uma parte do valor das vendas desta edição é canalizada para apoiar financeiramente os esforços da Rewilding Portugal. Os consumidores têm assim a oportunidade contribuírem para uma causa positiva no momento da compra. Além da garrafa (75cL), é lançado o formato, bagin-tube (2,25L), o equivalente a 3 garrafas e uma embalagem facilmente reciclável e com menor pegada de carbono estimando-se uma redução de 19% nas emissões de CO2.

iv. Terra iv.iii. Comunidade ii. Rewilding Portugal
7. 145
144
7.Os cavalos Sorraia que agora habitam o Vale Carapito e o Ermo das Águias e que em breve estarão também em outras propriedades desta área rewilding do Grande Vale do Côa, têm uma importante missão a cumprir que se foi perdendo ao longo de eras com a extinção dos grandes herbívoros selvagens na paisagem.

Bombeiros de Portugal

Cuidar dos outros

E finalmente, duas doações fora da região do Douro: Portalegre e Vila Nova de Gaia.

2006 – Alijó

2007 – Pinhão

2009 – S. João da Pesqueira

2010 – Provesende

2011 – Carrazeda de Ansiães

2012 – Lamego

2013 – Régua

2014 – Vila Nova de Foz Côa

2015 – Tabuaço

2016 – Vila Flor

2017 – Sabrosa

2018 – Sanfins do Douro

2019 – Torre de Moncorvo

2020 – Portalegre

2021 – Vila Real

2022 – Pinhão

2023 – Vila Nova de Gaia

Os bombeiros voluntários representam uma das causas mais nobres da nossa sociedade. Temos muito orgulho no seu espírito de voluntariado, sacrifício, generosidade e abnegação, disponibilizando-se para o desempenho de uma missão pública de carácter humanitário.

Reconhecemos o papel fundamental que as corporações de bombeiros desempenham na garantia da segurança das populações. Assim sendo, em 2006, decidimos apoiar todas as organizações que estão mais próximas, no reforço dos seus meios de suporte. Em 2023, doamos o 17.º veículo de emergência, que desta vez foi atribuído aos Bombeiros Voluntários de Coimbrões, localizados nas proximidades das nossas instalações em Vila Nova de Gaia.

Adicionalmente, recorremos aos serviços destas corporações na implementação de medidas de garantia de segurança das nossas pessoas e instalações. Neste sentido, celebramos protocolos de colaboração que visam a formação e capacitação das nossas equipas de primeira intervenção e primeiros socorros, a realização de exercícios de simulacro de evacuação e de incêndio, bem como a assessoria técnica no âmbito das medidas de autoproteção. Deste modo, esperamos contribuir para a melhoria das condições de vida das comunidades locais, bem como para a prevenção e o combate a incêndios florestais, elementos fundamentais para uma sociedade mais segura e resiliente.

146
iv. Terra iv.iii. Community iii. Bombeiros de Portugal
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B Kind

O poder da partilha

O nosso programa de voluntariado B Kind foi lançado em 2021 com o propósito de canalizar o espírito solidário dos nossos colaboradores e motivar a sua participação em projetos sociais destinados à integração de grupos vulneráveis, à melhoria do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável.

Causas Sociais

• Torneios desportivos Porta Solidária

• Doação de sangue e medula óssea - IPST

• Cabazes de Natal - Porto Solidário

• Preparação de refeições Porta Solidária

Caridade

• Doação de bens para ajuda humanitária Porto Solidário

• Angariação de fundos à pessoa com deficiênciaCERCIS

Ambiente

• Limpeza das praias - Águas de Gaia

• Limpeza das florestas Rewilding Portugal

• Bioblitz - Rewilding Portuga

8. Voluntariado com a Junior Achievement Portugal. A Junior Achievement Portugal é a contraparte portuguesa da Junior Achievement, a maior e mais antiga organização mundial dedicada à educação para o empreendedorismo. Inspirando e preparando crianças e jovens para o sucesso numa economia global, promove a cidadania, literacia financeira, educação para o empreendedorismo e competências profissionais.

9. As nossas equipas num dia de Bioblitz com a Rewilding Portugal na Ribeira do Mosteiro - Vale do Côa.

Crianças

• Promoção do empreendedorismo jovem Junior Achievement Portugal

• Campanhas solidárias Porto Solidário

Bem-estar animal

• Donativos e auxílio ao bemestar animal - AANIFEIRA

Este programa está alinhado com a nossa estratégia de fortalecer a nossa relação com as comunidades onde operamos, com o objetivo de envolver 80% dos nossos colaboradores no nosso programa de voluntariado até 2025. Ao ajudarmos as nossas comunidades, promovemos uma cultura de gentileza recíproca. A importância do bem-estar e da felicidade não pode ser subestimada, pois contribui em grande medida para um futuro mais sustentável. Procuramos ter um impacto positivo nas comunidades e ecossistemas locais, e estamos comprometidos em fazê-lo para as gerações futuras.

148
iv. Terra iv.iii. Comunidade iv. B Kind
8. Participantes 2022 172 Horas de voluntariado 2022 255 9. 149

O FOGO é luz e intensidade, e também um símbolo de pensamento criativo, inspiração e coragem — características essenciais para fazer a diferença. É por isso que, na última secção, destacamos iniciativas que podem ser a semente de uma metamorfose revolucionária. Acreditamos que Portugal, enquanto país produtor de vinho, possui um enorme potencial ainda não totalmente explorado — estamos determinados a estar na vanguarda do reforço da sua reputação no contexto mundial.

v. 150
O Douro Merece Melhor v.i. 151 154

O Douro merece melhor

v. Fogo 154
155

Não existem hoje empresas eremitas que vivem desligadas do seu entorno, da sua comunidade e da sua influência. A expressão we have to paddle our own canoe tem, feliz e inexoravelmente, cada vez menor presença nas reuniões de conselho de administração já que se tornou absolutamente evidente que não é possível ser-se bem-sucedido no seu projeto empresarial, nomeadamente a longo prazo, sem que os stakeholders relevantes também o sejam, particularmente a comunidade envolvente.

Porque acreditamos ser possível encontrar um equilíbrio virtuoso entre o sucesso económico e o impacto positivo no ambiente e nas pessoas, a Symington aprovou um conjunto de objetivos assentes em três pilares: responder aos desafios ambientais partilhados, estar na dianteira da inovação sustentável e cuidar das nossas pessoas e das comunidades locais. Centrando-nos neste último pilar podemos encontrar vários objetivos secundários relevantes e particularmente desafiantes, como ser um ótimo empregador, criar oportunidades para a próxima geração e, por último, advogar a segurança económica das comunidades onde trabalhamos.

Este é um elemento central das nossas preocupações e objetivos. A razão é muito simples: considerando que a capacidade de fornecimento de uvas das nossas propriedades cobre somente uma fração das nossas necessidades e que não é desejável que esta proporção aumente, iremos sempre necessitar de uma base alargada de lavradores profissionais que

funcionem de uma forma sustentavelmente rentável.

Ao longo dos últimos 20 anos, registaram-se importantes alterações com impacto na Região Demarcada do Douro, nomeadamente a quebra estrutural das vendas de vinho do Porto em volume, a concentração na distribuição e respetivo poder negocial, a saída das multinacionais do setor e, numa nota positiva, o aumento significativo das vendas de vinhos tranquilos do Douro. Isto sem que o modelo legal de funcionamento do setor tenha sofrido qualquer alteração de significado desde os anos 30 do século passado. Se juntarmos o facto de, sistematicamente, se verificar um excesso de uvas na região, particularmente de uvas destinadas à produção de vinhos tranquilos do Douro, encontram-se as principais razões para a deterioração significativa do rendimento fundiário, para níveis muito próximos da insustentabilidade. É também neste sentido que surge a iniciativa “O Douro merece melhor” que, apesar de não poder ser associada à Symington enquanto empresa, contou com o envolvimento próximo de vários membros da família e da administração e que teve como objetivo consciencializar a opinião pública e, em particular, as autoridades para a necessidade de introdução de reformas profundas no setor, particularmente na sua dimensão regulamentar.

O seu impacto foi inequívoco, tendo chegado ao conhecimento das mais altas autoridades do país e tendo sido amplamente discutido, dentro e fora da região, e tendo trazido para esta temática um elevado sentido de urgência da necessidade de tomada de decisões com vista à resolução estrutural dos problemas que estão identificados.

v. Fogo v.i. O Douro merece melhor
156 157

Normas

A Global Reporting Initiative (GRI) é uma organização internacional, independente, e pioneira na elaboração de normas para relatos de sustentabilidade, abrangendo o desempenho económico, ambiental e social de uma organização.

As normas GRI são as normas de relato de sustentabilidade mais amplamente utilizadas no mundo. Abordam temas ambientais, como as emissões de gases de efeito estufa, o uso de energia, o uso da água e a gestão de resíduos. Além disso, as normas GRI abordam aspetos relacionados com as relações humanas, como práticas laborais, direitos humanos e envolvimento comunitário, estendendo-se igualmente a tópicos essenciais de ética e governança empresarial. Neste relatório, iniciámos o processo de relato de sustentabilidade alinhando os nossos indicadores de desempenho com as normas GRI. Conforme recomendado pelo European Financial Reporting Advisory Group (EFRAG) a utilização das normas GRI é uma boa forma de dar cumprimento aos requisitos dos European Sustainability Reporting Standards (ESRS) e, neste sentido, da Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD).

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vi. Alquimia GRI
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE

2022 | 2023

Edição 1

PUBLICADO POR

Symington Family Estates www.symington.com

Symington Family Estates, Vinhos, SA

Travessa Barão de Forrester, 86

4400-034 Vila Nova de Gaia Portugal

T. + 351 223 776 300

E. symington@symington.com

Insta. @SymingtonFamilyEstates

EDITORIAL CONTRIBUÍRAM PARA ESTA EDIÇÃO

Editores

Marta Mendes

Miguel Potes

Conteúdos

Marta Mendes

Alexandre Melo

Digital

Janeiro 2024 @ Symington Family Estates

Design Mesh Agency

Escritores

Rob Symington

Johnny Symington

Rupert Symington

Charles Symington

Harry Symington

Charlotte Symington

Vicky Symington

António Filipe

Fernando Alves

José Maria Côrte-Real

Agradecimento especial a:

Maria Inês Taveira – Bagos D’Ouro

Pedro Prata – Rewilding Portugal

Carlos Manuel Faria

Fotografia

Álvaro Martino, Adriano Ferreira Borges, António Chaves, António Luís Campos, Fernando Alves, Filipe Braga, Francisco Soares, Foto Bento, João Ferreira, João Margalha, João Pedro Marnoto, Joana Dionísio, Juan Carlos Munõz, Luís Filipe Catarino, Manuel Teixeira, Marta Mendes, Miguel Potes, Sandra Ribeiro, Tiago Fernandes, British Ceremonial Arts Limited.

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